Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
25 OUT 2024

Imagem do dia

Sindirefeições São Paulo celebra outubro Rosa com café da manhã

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Memória Sindical

1º de Maio da Praça da Sé em 1968

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Memória Sindical

1º de Maio da Praça da Sé em 1968

 Carolina Maria Ruy*

O principal alvo da ditadura militar de 1964 foi o movimento sindical. Ainda que tal sentença soe repetitiva, cabe reforçar sua lembrança antes que ela seja paulatinamente desbotada da memória e sequestrada por uma versão, por assim dizer, “elitista” sobre a história da resistência contra a opressão daquele período.O golpe atingiu em cheio o sindicalismo justamente porque seu objetivo maior era implantar um modelo econômico atrelado ao capitalismo estadunidense.

E, como medida para atingir este objetivo, em julho de 1965 a Lei nº 4.725 estabeleceu normas para os processos dos dissídios, instituindo uma prática de reajuste salarial abaixo da inflação, o chamado arrocho. Segundo dados do Dieese, esta política reduziu o rendimento do trabalhador em 15,9%, em 1965, e em 15,3%, em 1966.
E foi devido a esta situação de vultosas perdas que trabalhadores representados por mais de 40 Sindicatos – entre eles, os Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo, Santo André, Guarulhos, Campinas e Osasco – resolveram se unir para criar, em outubro de 1967, o Movimento Intersindical Antiarrocho (MIA).

A ideia era que o MIA servisse como uma frente para pressionar o governo a acabar com o arrocho salarial. Para isso uma agenda de atividades foi planejada logo nas primeiras reuniões do movimento. Elas culminariam com uma ação de boicote ao ato político oficial do Dia do Trabalhador, em 1º de Maio de 1968, na Praça da Sé (SP).
Entretanto, não demorou para que as divergências sobre a condução e a postura do movimento se chocassem no interior do MIA. Enquanto para a maioria dos sindicalistas aquele deveria ser um espaço de ação moderada, e até com a possibilidade de diálogo com o governo, para os metalúrgicos do Grupo de Esquerda de Osasco, entre eles José Ibrahin (presidente do Sindicato dos Metalúrgicos), aquela organização representava uma frente de luta contra a ditadura e a estrutura sindical vigente.

Mas, mesmo com o enfraquecimento do MIA, os sindicalistas que se mantiveram no movimento se concentraram na realização do boicote à festa do trabalhador realizada pelo governo. Para isso, toda a ação foi calculada, desde o mapeamento da Praça da Sé, seus lugares de entrada e saída, até a criação de um grupo de autodefesa, com 60 barras de ferro embrulhadas em jornais.

Chegado o dia 1º de Maio de 1968, estudantes e trabalhadores liderados pelo grupo de Osasco infiltraram-se entre o público do evento e iniciaram um tumulto quando o governador biônico Roberto de Abreu Sodré já estava no local. Sodré, seus assessores e até a polícia foram expulsos do palanque, que foi incendiado pelos ativistas.
O metalúrgico José Campos Barreto, o Zequinha, tomou então a palavra exigindo o fim da ditadura militar, o apoio à revolução cubana (de 1959), o fim do arrocho salarial e o apoio à greve de Contagem, ocorrida há menos de um mês.

Segundo o historiador Márcio Amêndola, após a destruição do palanque os mais de 1.500 manifestantes saíram em passeata gritando palavras de ordem contra o regime militar. Ao chegar à Praça da República diversos discursos foram proferidos, sendo o de Zequinha o mais inflamado e audacioso: ele conclamou os trabalhadores e estudantes do País a enfrentarem a ditadura por meio da luta armada.

A ação do dia 1º de maio de 1968 na Praça da Sé já atinava para a realização da greve dos metalúrgicos de Osasco, iniciada na empresa Cobrasma em 16 de junho daquele ano. Embora todos aqueles movimentos contra o arrocho salarial e contra a ditadura militar tenham sido reprimidos com violência e, embora depois deles a desigualdade social tenha se aprofundado no Brasil, as greves de Contagem (MG), de Osasco (SP), o MIA e o 1º de Maio da Praça da Sé entraram para a história como símbolos de luta e de resistência.

Seu legado seria retomado uma década depois, com o ressurgimento do movimento sindical e declínio do regime.

*Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos do Centro de Cultura e Memória Sindical
 

Últimas de Memória Sindical

Todas de Memória Sindical
STF debate relação trabalhista entre motoristas e aplicativos
Imprensa 9 DEZ 2024

STF debate relação trabalhista entre motoristas e aplicativos

Extensa agenda das lideranças da Força na China inclui encontros com sindicalistas e políticos
Força 9 DEZ 2024

Extensa agenda das lideranças da Força na China inclui encontros com sindicalistas e políticos

Sindicalistas da Força e China fortalecem intercâmbio
Força 9 DEZ 2024

Sindicalistas da Força e China fortalecem intercâmbio

Presidente do Simecat fala sobre fechamento da fábrica de motores da Mitsubishi
Força 6 DEZ 2024

Presidente do Simecat fala sobre fechamento da fábrica de motores da Mitsubishi

Presidente Lula recebe representantes do sindicalismo internacional
Imprensa 6 DEZ 2024

Presidente Lula recebe representantes do sindicalismo internacional

Coordenação da Força SP em Osasco reúne lideranças
Força 6 DEZ 2024

Coordenação da Força SP em Osasco reúne lideranças

Caminhos pra 2025
Artigos 6 DEZ 2024

Caminhos pra 2025

Piso regional do RS terá reajuste de 5,25%; confira valores por faixa salarial
Imprensa 6 DEZ 2024

Piso regional do RS terá reajuste de 5,25%; confira valores por faixa salarial

MTE inaugura sala de acolhimento para mulheres em situação de assédio e violência
Imprensa 6 DEZ 2024

MTE inaugura sala de acolhimento para mulheres em situação de assédio e violência

Prazo para atualização de dados sindicais termina em dezembro
Força 5 DEZ 2024

Prazo para atualização de dados sindicais termina em dezembro

Diretora do Sindnapi recebe o “Oscar Paraibano”
Força 5 DEZ 2024

Diretora do Sindnapi recebe o “Oscar Paraibano”

Centrais repudiam anulação do pleito do Sindicato dos Motoristas SP
Força 5 DEZ 2024

Centrais repudiam anulação do pleito do Sindicato dos Motoristas SP

Indústria eletroeletrônica vai investir R$ 5 bi até 2027
Imprensa 5 DEZ 2024

Indústria eletroeletrônica vai investir R$ 5 bi até 2027

O Ovo da Serpente
Artigos 5 DEZ 2024

O Ovo da Serpente

Participação nos lucros e resultados
Artigos 5 DEZ 2024

Participação nos lucros e resultados

Serginho participa de lançamento da Missão 1 do programa Nova Indústria Brasil
Força 5 DEZ 2024

Serginho participa de lançamento da Missão 1 do programa Nova Indústria Brasil

Força é protagonista na 35ª reunião do Conselho da CSI
Força 4 DEZ 2024

Força é protagonista na 35ª reunião do Conselho da CSI

Mutirão do emprego do Sinthoresp seleciona para restaurantes
Força 4 DEZ 2024

Mutirão do emprego do Sinthoresp seleciona para restaurantes

Metalúrgicos da CR Bluecast conquistam PLR mínima de R$ 10 mil
Força 4 DEZ 2024

Metalúrgicos da CR Bluecast conquistam PLR mínima de R$ 10 mil

Luiz Arraes participa de audiência pública sobre impactos da reforma trabalhista aprovada em 2017
Força 4 DEZ 2024

Luiz Arraes participa de audiência pública sobre impactos da reforma trabalhista aprovada em 2017

SINPOSPETRO-RJ verifica cumprimento de NR 24 em postos de combustíveis do Sul do Estado
Força 4 DEZ 2024

SINPOSPETRO-RJ verifica cumprimento de NR 24 em postos de combustíveis do Sul do Estado

Centrais Sindicais e Luiz Marinho participam da 35ª Reunião do Conselho Geral da CSI
Força 4 DEZ 2024

Centrais Sindicais e Luiz Marinho participam da 35ª Reunião do Conselho Geral da CSI

Acordos metalúrgicos em Guarulhos avançam e já cobrem 90% da categoria em Guarulhos
Força 4 DEZ 2024

Acordos metalúrgicos em Guarulhos avançam e já cobrem 90% da categoria em Guarulhos

SINPOSPETRO-RJ garante mais direitos aos frentistas que estão prestes a se aposentar
Força 3 DEZ 2024

SINPOSPETRO-RJ garante mais direitos aos frentistas que estão prestes a se aposentar

“Carteira de Trabalho não tira ninguém dos programas sociais”, afirma Marinho
Força 2 DEZ 2024

“Carteira de Trabalho não tira ninguém dos programas sociais”, afirma Marinho

Centrais sindicais debatem pautas prioritárias em 2025
Força 2 DEZ 2024

Centrais sindicais debatem pautas prioritárias em 2025

Medida provisória beneficia mais pescadores do Norte do país
Imprensa 2 DEZ 2024

Medida provisória beneficia mais pescadores do Norte do país

Operação resgata 31 trabalhadores paraguaios em MS
Imprensa 2 DEZ 2024

Operação resgata 31 trabalhadores paraguaios em MS

Presidente da Força debate na Fiesp o futuro do trabalho
Força 29 NOV 2024

Presidente da Força debate na Fiesp o futuro do trabalho

Brasil atinge menor taxa de desemprego em 13 anos: 6,2%
Imprensa 29 NOV 2024

Brasil atinge menor taxa de desemprego em 13 anos: 6,2%

Aguarde! Carregando mais artigos...