Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
29 ABR 2025

Imagem do dia

[caption id="attachment_69212" align="aligncenter" width="1024"]Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora Veja fotos da Plenária e Caminhada da Classe Trabalhadora[/caption]

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

CLT na Era Digital

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Artigos

CLT na Era Digital

Por: Marcio Pochmann

Com a passagem para a Era Digital, sobretudo mal conduzida pelo receituário neoliberal desde os anos 1990, o ataque à economia nacional terminou por desmontar as bases nas quais se fundamentavam a sociedade urbana e industrial. De uma parte, a desindustrialização desarticulou o sistema produtivo e interrompeu o movimento geral de estruturação do mercado de trabalho, reduzindo tanto os postos intermediários de classe média quanto o próprio processo de proletarização urbana.

O aparecimento do inédito desemprego aberto transcorreu simultaneamente à perda de funcionalidade econômica de parte das ocupações informais (assalariadas e por conta própria), fazendo expandir a esfera da subsistência. A flexibilização da legislação social e trabalhista adotada desde os anos 1990 (contratos temporários, terceirizados, cooperativados, pejotização, microempreendedores individuais e outros) contribuiu para que parcela das ocupações se deslocasse para atividades vinculadas à prestação de serviços aos segmentos cada vez mais ricos da sociedade (segurança, limpeza e asseio, cuidadores de animais, entregadores variados, personal stylist, trainer, entre outros).

De outra parte, o país escolheu uma forma para adentrar a Era Digital – como consumidor, e não como produtor – que o fez repetir equivalente situação de ingresso rebaixado na Era Industrial ao longo do século 19. Isso porque, para poder consumir o que não produzia internamente à época, dependia da importação, cuja capacidade nacional de pagamento era definida pelo setor agroexportador.

Nos dias de hoje, o Brasil detém a sexta maior população do mundo, ocupa o posto de 13ª economia do planeta e responde pelo quarto maior mercado consumidor do mundo de bens e serviços digitais. Na condição de mero consumidor, o governo brasileiro leiloou o acesso à tecnologia 5 G como se fosse, por exemplo, ir ao supermercado comprar qualquer tipo de bem ou serviço, sem nenhuma preocupação, portanto, com as possibilidades de internalização do saber fazer, da infraestrutura, da formação de mão de obra, entre outras.

Ademais da aceleração da desigualdade na Era Digital, o país assiste passivamente ao esvaziamento crescente da soberania tecnológica e à dependência do mercado externo. Como o atendimento do mercado interno de bens e serviços provém de empresas estrangeiras e do comércio externo, o país deixa de produzir internamente, sendo o consumo externo financiado pela exportação de commodities.

As trocas desiguais, tratadas no passado pela versão cepalina da deterioração dos termos de trocas ou pela perspectiva do trabalhismo de Vargas como perdas internacionais, estão intensas. Numa espécie de neoextrativismo, o Brasil exporta em grande escala produtos de contido valor agregado para importar bens e serviços de elevado conteúdo tecnológico.

Concomitante à destruição dos antigos sujeitos da sociedade industrial (classe média assalariada e operariado com carteira assinada), emerge nova classe trabalhadora desagregada da tradicional relação salarial e, por consequência, dos direitos sociais e trabalhistas. Por um século, mais precisamente entre os anos 1889 e 1989, a relação salarial despontou como o principal mecanismo de transformação da antiga massa inorgânica herdada do agrarismo em proletariado urbano associada, sobretudo a partir da década de 1930, à identidade e pertencimento definido pelo acesso à carteira de trabalho enquanto passaporte à cidadania regulada.

Se em 1940, por exemplo, o país detinha somente 12,1% do total da força de trabalho com emprego assalariado e direitos sociais e trabalhistas, no ano de 1989 chegou a registrar 49,2% da População Economicamente Ativa (PEA) no assalariamento formal. Três décadas depois, em 2021, o Brasil registrou 41,1% do total da PEA submetida à relação salarial formal.

Em virtude disso, assiste-se à marcha da desproletarização no interior do mundo do trabalho, cuja relação débito-crédito tem-se fortalecido no país em plena condição de consumidor na Era Digital. Resumidamente, a relação débito-crédito expressa o financiamento do custo da vida individual ou familiar identificado como débito financeiro que, mesmo para aqueles vinculados à relação salarial, dependem do rendimento (crédito) pontualmente obtido da contrapartida do exercício de trabalhos gerais diversos. Em grande medida, a intermediação das plataformas digitais atende desde serviços profissionais (psicólogos, coach, telemedicina, cursos remotos, entre outros), passando pelos especializados (vendedor, entregador, youtuber, influencer e outros) até os mais simplificados (microtarefas variadas).

De forma dispersa geograficamente, o trabalho na Era Digital tem sido externalizado através da disponibilização da contratação de multidões de trabalhadores disponíveis (crowdwork), sem que horário e lugar sejam determinados previamente, permitindo crescentemente a sua realização em casa (teletrabalho). Sem regulação, a intensificação do trabalho tem sido brutal, pois lastreada em aplicativos decorrentes do curso da revolução informacional que aproxima o labor, muitas vezes, às ocupações já existentes, não fossem as novas ferramentas da digitalização.

A prevalência da forma hierárquica e rígida de atuação e organização, própria da antiga sociedade industrial, coincide com o esvaziamento da tradicional base social e dos filiados, impactando negativamente na capacidade de ação política, bem como na credibilidade e soberania tecnológica.

Realizada cinco anos antes da brasileira, a reforma trabalhista espanhola objetivou fundamentalmente flexibilizar mais a relação contratual, fracassando na elevação do nível do emprego. No Brasil, a reforma do governo Temer foi muito mais longe do que a desregulação da relação contratual, pois visou reduzir o custo laboral, como, por exemplo, na indústria, que diminuiu em 1/3 o custo total horário em comparação aos EUA.

O modelo brasileiro foi mais grave do que o modelo antilaboral espanhol, pois atacou o sindicalismo e bloqueou o acesso à justiça do trabalho para o conjunto da classe trabalhadora. Ademais da necessária reversão da “deforma de Temer”, cabe perfeitamente a construção democrática da nova Carta Nacional do Trabalho: a CLT contemporânea do trabalho em plena Era Digital.

Marcio Pochmann
economista e presidente do Instituto Lula

Traidores da pátria não ficarão impunes
Eusébio Pinto Neto

Traidores da pátria não ficarão impunes

Metalúrgicos em Ação
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Metalúrgicos em Ação

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira
Marilane Oliveira Teixeira

Mercado de Trabalho: Avanços e Persistências; por Marilane Teixeira

Indústria forte é Brasil forte!
Cristina Helena Silva Gomes

Indústria forte é Brasil forte!

Carta de Trump
João Guilherme Vargas Netto

Carta de Trump

Se está na convenção, é lei
Paulo Ferrari

Se está na convenção, é lei

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil
Eduardo Annunciato, Chicão

A Faria Lima custa caro demais ao Brasil

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto
César Augusto de Mello

O lado positivo das homologações sindicais; por César Augusto

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!
Cláudio Magrão

Resistir pelos interesses dos trabalhadores!

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites
Márcio Ferreira

PL da Devastação é carta branca para o desmatamento sem limites

Pelo trabalhador
Lineu Mazano

Pelo trabalhador

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados
Milton Cavalo

Sindnapi repudia qualquer ataque aos benefícios dos aposentados

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista
Diógenes Sandim Martins

Uma Análise da Retórica Populista à Luz do Pensamento Marxista

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump
Eliseu Silva Costa

A realidade e o retrocesso no comércio mundial proposto por Trump

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas
Antônio de Sousa Ramalho

O impacto do Bolsa Família na economia brasileira. Desafios e soluções propostas

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS
Jefferson Caproni

Posicionamento sobre a saída dos EUA da OMS

Nota sobre taxa selic – Depois de Trump, o Tarifaço do Banco Central
Força 30 JUL 2025

Nota sobre taxa selic – Depois de Trump, o Tarifaço do Banco Central

Nota de Solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes
Força 30 JUL 2025

Nota de Solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes

Encontro Nacional reforça compromisso com trabalho seguro e saudável; ao vivo
Força 30 JUL 2025

Encontro Nacional reforça compromisso com trabalho seguro e saudável; ao vivo

Sintraf-Petrolina celebra Dia do Agricultor Familiar com valorização
Força 30 JUL 2025

Sintraf-Petrolina celebra Dia do Agricultor Familiar com valorização

Isalia Damacena é eleita delegada na Conferência das Mulheres
Força 30 JUL 2025

Isalia Damacena é eleita delegada na Conferência das Mulheres

Trabalhadores fazem ato contra o tarifaço de Trump e em defesa da soberania
Força 30 JUL 2025

Trabalhadores fazem ato contra o tarifaço de Trump e em defesa da soberania

Negociação coletiva protege trabalhador diante da inovação tecnológica
Imprensa 29 JUL 2025

Negociação coletiva protege trabalhador diante da inovação tecnológica

Lula sanciona lei que amplia acesso ao Crédito do Trabalhador
Imprensa 29 JUL 2025

Lula sanciona lei que amplia acesso ao Crédito do Trabalhador

Costureiras SP mobilizadas para campanha salarial 2025
Força 29 JUL 2025

Costureiras SP mobilizadas para campanha salarial 2025

Sindnapi celebra o Dia Estadual dos Aposentados no ES
Força 29 JUL 2025

Sindnapi celebra o Dia Estadual dos Aposentados no ES

Educadores protestam em Ibiúna por Piso Nacional da Educação
Força 29 JUL 2025

Educadores protestam em Ibiúna por Piso Nacional da Educação

Trabalhadores na luta
Palavra do Presidente 29 JUL 2025

Trabalhadores na luta

Metalúrgicos de SP avaliam atos pela soberania e debatem direitos
Força 29 JUL 2025

Metalúrgicos de SP avaliam atos pela soberania e debatem direitos

G20 L20 na África do Sul: Brasil destaca trabalhadores nas primeiras mesas
Força 28 JUL 2025

G20 L20 na África do Sul: Brasil destaca trabalhadores nas primeiras mesas

Caproni defende transição climática justa para trabalhadores da saúde
Força 28 JUL 2025

Caproni defende transição climática justa para trabalhadores da saúde

Traidores da pátria não ficarão impunes
Artigos 28 JUL 2025

Traidores da pátria não ficarão impunes

Força Sindical reúne lideranças para preparar II Conferência do Trabalho
Força 28 JUL 2025

Força Sindical reúne lideranças para preparar II Conferência do Trabalho

Adeus, companheiro Almir Munhoz
Força 28 JUL 2025

Adeus, companheiro Almir Munhoz

Conselho Curador do FGTS aprova R$ 12,9 bi para trabalhadores
Imprensa 25 JUL 2025

Conselho Curador do FGTS aprova R$ 12,9 bi para trabalhadores

Sociedade brasileira lança Carta em Defesa da Soberania Nacional
Força 25 JUL 2025

Sociedade brasileira lança Carta em Defesa da Soberania Nacional

Força Sindical-RS lança Plebiscito Popular em Porto Alegre
Força 25 JUL 2025

Força Sindical-RS lança Plebiscito Popular em Porto Alegre

Em defesa da soberania nacional
Força 24 JUL 2025

Em defesa da soberania nacional

Trabalhadores fortalecem representação no Conselho do FGTS
Força 24 JUL 2025

Trabalhadores fortalecem representação no Conselho do FGTS

Sindicalistas se unem contra demissões na Raízen
Força 24 JUL 2025

Sindicalistas se unem contra demissões na Raízen

Centrais sindicais definem agenda legislativa para segundo semestre
Força 24 JUL 2025

Centrais sindicais definem agenda legislativa para segundo semestre

Escala 4×3 mostra benefícios para a saúde do trabalhador
Imprensa 24 JUL 2025

Escala 4×3 mostra benefícios para a saúde do trabalhador

Plano Nacional de Cuidados fortalece atenção a idosos e vulneráveis
Força 24 JUL 2025

Plano Nacional de Cuidados fortalece atenção a idosos e vulneráveis

Plebiscito Popular 2025: Vote na urna do Sindicato/Força
Força 24 JUL 2025

Plebiscito Popular 2025: Vote na urna do Sindicato/Força

Metalúrgicos em Ação
Artigos 24 JUL 2025

Metalúrgicos em Ação

Solidariedade aos ministros do STF e em defesa da soberania nacional
Força 23 JUL 2025

Solidariedade aos ministros do STF e em defesa da soberania nacional

Aguarde! Carregando mais artigos...