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Crise econômica e ação sindical
segunda-feira, 15 de junho de 2015
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O atual quadro econômico brasileiro não deixa dúvidas que estamos em recessão. Apenas os que compõem o governo Dilma e o PT fingem ou se recusam a enxergar essa dura realidade. A situação é grave. Particularmente para a classe que vive de salários.
Dados do IBGE, tendo por base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, mostram que no Brasil, até abril deste ano, a taxa de desemprego chegou a 8%. O maior índice nos últimos quatro anos. Ainda segundo o IBGE, o rendimento real dos trabalhadores já é 2,4% menor do em abril de 2014.
Diante disso, faço aqui a seguinte pergunta: para onde o governo Dilma e o seu “Ajuste Fiscal” estão nos levando? Isto porque ao mesmo tempo quea inflação corrói o poder de compra dos salários vão também desaparecendo as chances dos trabalhadores garantirem uma vaga de emprego. No setor automotivo a produção de veículos caiu 14,5% em abril, na comparação com março, segundo balanço divulgado em maio pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
No geral a taxa de desemprego de 12,1% na região do ABC Paulista é uma das mais altas no país. Entre março e abril deste ano foram fechados 23 mil postos de trabalho, de acordo com pesquisa mensal sobre emprego/desemprego da Fundação Seade/Dieese.
No setor metalúrgico de São Caetano do Sul o quadro é preocupante, mas por meio da nossa ação sindical estamos fazendo uso dos diversos instrumentos da negociação coletiva como forma de se evitar o pior. Nos últimos meses, 1.719 trabalhadores da empresa General Motors tiveram seus contratos de trabalho suspensos (sistema lay-off). Entre os dias 01 e 10/06houve redução da jornada de trabalho com folgas remuneradas (sistema day-off) para 5.500 empregados que, de 11 ao dia 28/06/15, estarão em férias coletivas.
Esse tipo de esforço revela o nosso compromisso para com os trabalhadores, tendo em vista assegurar direitos e manter a economia funcionando. Tarefa que, antes de tudo, deveria ser do governo, mas ao contrário das promessas feitas durante a última campanha eleitoral, nota-se que a inflação e o desemprego estão em alta, assim como as restrições, via MPs 664 e 665, a direitos como o seguro-desemprego, seguro-defeso, auxílio-doença e pensão por morte.
Além da luta em defesa dos empregos, o Sindicato dos Metalúrgicos, sob a minha presidência, está na linha de frente da batalha pelo fim do Fator Previdenciário ─ que já caiu na Câmara Federal ─ e em busca de outra fórmula menos onerosa aos que estão se aposentando ou pretendem se aposentar.
Por fim, mesmo enfrentando dificuldades iniciamos negociação junto à General Motors referente à participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados (PLR). Ação que está sendo feita em um momento de retração do mercado de veículos que esperamos seja passageira. Todavia, possibilitará a injeção de milhões de reais na economia local e nacional de modo a ajudar no aquecimentodo consumo e na geração de novos empregos. O que mostra que os metalúrgicos de São Caetano possuem visão de conjunto e capacidade de ação na sua luta por um Brasil cada vez melhor.
Aparecido Inácio da silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul