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Dia do Metalúrgico: uma justa homenagem
terça-feira, 22 de abril de 2014
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No dia em que se comemora o 21 de abril – Dia de Tiradentes – é também destaque o Dia do Metalúrgico, orgulho e glória do Brasil que, com o seu saber, esforço e arte, tem contribuído para o progresso e o desenvolvimento da nossa nação.
A profissão de metalúrgico é uma das mais antigas na historia da humanidade e a descoberta e o manuseio do ferro ficou marcada universalmente como uma revolução: “A Idade dos Metais”. Sem contar que a metalurgia engloba várias etapas e métodos para extração, fabricação, fundição e tratamento dos metais e suas ligas.
No Brasil, já nos anos 30 e, a partir da construção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), na década de 1940, a metalurgia ganhou impulso e o trabalhador desse ramo de atividade passou a formar uma categoria profissional de vanguarda. Seja pelo seu crescimento numérico, já que com a constituição dessa indústria de base tão necessária o nosso país pode atrair para cá grandes empresas, particularmente do ramo automobilístico (com toda a sua numerosa e complexa cadeia produtiva), e ainda pela sua capacidade de organização sindical e política que a colocou entre as principais, senão a principal, no Brasil.
Por formar uma das maiores categorias profissionais brasileiras e pela sua capacidade organização, os metalúrgicos brasileiros são o modelo quando o assunto é mobilização. O que também permite que em nosso meio possam surgir grandes lideranças, não apenas para o exercício sindical, mas, sobretudo, no campo político-partidário e para a governança nas diversas instâncias do poder.
Estudo recente feito pelo DIEESE, com base em dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) e do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho, mostra que somos hoje cerca de 2 milhões e 400 mil metalúrgicos em todo o Brasil. Desse total 460 mil são mulheres.
Por conta disso, da sua importância econômica para o Brasil e da sua capacidade luta, os metalúrgicos constituíram grandes e poderosas entidades de classe, a ponto do sindicalismo brasileiro, em geral, tê-los ainda hoje como sua principal referência. Isto porque o número de conquistas tem sido significativas.
A introdução e manutenção do processo de negociação salarial entre trabalhadores e patrões, quase sempre sem a necessidade do uso da Justiça do Trabalho para a resolução dos conflitos, como se acontecia no passado, se devem em grande medida aos metalúrgicos. Principalmente na região do ABC que, sem falsa modéstia, permanece sendo parâmetro porque, além de saber lutar, tem mostrado ao Brasil a sua capacidade de negociar, buscar consenso, sem perder sua autonomia e capacidade de mobilização diante dos impasses resultantes dos conflitos entre capital e trabalho.
Portanto, a data em relevo não pode ser esquecida, visto que o trabalhador metalúrgico é força, garra e, acima de tudo, consciência. Sendo assim, esta força que amolda o ferro, o metal, avoca também para si a responsabilidade de construir um mundo novo, socialmente mais justo, solidário e fraterno. Por isso mesmo, como metalúrgico só tenho que parabenizar esta data tão importante e dizer que nossa luta e esforço não são, nem terão sido em vão.
Aparecido Inácio da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul e advogado