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Embromados em Mariana, ‘marinados’ em Brumadinho
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
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A nação está de luto pelos mortos e desaparecidos de Brumadinho. Estima-se em 400 o número de vítimas. Luto, revolta, indignação e impotência são os sentimentos.
Em três anos, duas catástrofes ambientais de grandes proporções e muitas vidas ceifadas, milhares afetadas, marcaram Minas Gerais. O Brasil está mundialmente conhecido por duas cicatrizes ambientais.
A ocorrência sinistra de Mariana deveria ter ensinado ao governo a superar as ineficiências de fiscalização. E, às empresas, de rapidamente implantar melhores práticas de gestão.
Reincidente em crimes com barragens de mineração, o Brasil mostra não ter ou não dar importância às técnicas preventivas. Aqui, isso não ‘vale’ nada, mostra a Vale.
Em Mariana, os brasileiros foram embromados. Todos acreditavam que teriam sido implantadas medidas para evitar aquele desastre horrível de novembro de 2015.
Embromados porque as soluções foram adiadas com embustes, como se a inércia resolvesse ou fizesse milagres diante da desgraça imprevista e funesta da mineração em solo brasileiro.
Em Brumadinho, janeiro de 2019, a dor e a perda são angustiantes. Todos sentem, todos choram, diante das imagens pavorosas na mídia. Há grande comoção nacional.
Mas, com escusas pelo trocadilho do título e incongruência da analogia, a ‘marinação’ de suportar esse sofrimento e situação penosa assombra literalmente o povo brasileiro.
O que pensar? Que venham dias melhores, de esperança, credibilidade e ações profícuas dos governos e empresas para prevenir acidentes, preservar vidas e biossistemas.
Edler Antônio da Silva
Secretário-geral do Sindserv (Sindicato dos Servidores Municipais de Guarujá)