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Mulher, taxista e muito consciente!
sexta-feira, 11 de março de 2011
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Dia desses, ao chegar à capital paulista para uma reunião na Secretária da Mulher da Força Sindical São Paulo peguei um táxi dirigido por uma mulher! Fiquei radiante. Com maquiagem impecável, bem vestida, dirigindo um carro limpo e muito bem conservado estava Nena; uma morena jambo de 41 anos de idade, casada, mãe de um casal de filhos, esbelta e com muita disposição para a luta.
Fiz questão de sentar no banco da frente e fui logo me apresentando. Sou Maria A. Caitano, mas pode me chamar de Lia. Estou vindo de Votuporanga, onde sou presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio e quero ir para a rua Rocha Pombo, na sede da Força Sindical, travessa da Tamandaré. Disse a ela que um dos motivos da minha viagem era tratar das comemorações do Dia Internacional da Mulher. Mal completei o raciocínio e ele disse: “Dia 08 de Março!”.
Gostei da demonstração de conhecimento da taxista que não demorou muito para “engajar” nossa conversa sobre a conquista das mulheres em territórios (antes) exclusivamente masculinos. É claro que o primeiro ex-reduto a ser discutido foi o mundo dos taxistas.
Nena trabalha “na praça” há dez anos. Pega no volante às 7 da manhã, almoça (quando pode) das 12 às 12h30 e larga por volta das 19 horas. Em casa, toma banho, faz a janta, lava a louça com a ajuda da filha e, neste meio tempo, conversa com a família. Desempregado, o marido cuida da limpeza da casa e faz as compras do lar. Acometido por varizes não pode dirigir.
Nosso bate-papo segue de acordo com o nosso trajeto. Perguntei a ela qual a profissão do esposo e, conforme imaginei, é comerciário! Não é à toa que sofre de doença vascular; o mal atinge comerciários e comerciárias. Nena sustenta a casa e conta com a parca colaboração de duas bolsas auxílios recebida por seus filhos enquanto estagiários na área de informática.
Sim, a Mulher Pode!
Mesmo com a dupla jornada, acordando cedo, ela não demonstra cansaço e dirige com prudência e atenção. “Motorista de taxi, sendo homem ou mulher se ganha o mesmo por bandeirada. Não é o que acontece em outras profissões onde a mulher recebe menos fazendo a mesma função”.
A cada nova colocação Nena mostrava ser uma mulher consciente dos direitos das trabalhadoras. Perguntei se ela sofria discriminação por ser uma taxista. Disse que sim, principalmente por parte dos homens mais ousados no trânsito. “Um dia um mais apressado me disse que mulher tem que esquentar a barriga no fogão e esfriar no tanque. Falei para ele que já estamos no Século 21, que a mulher está se emancipando, que ele deveria ler mais e que quem manda no Brasil hoje é uma mulher!”.
Bati palmas! E, no entusiasmo a convidei para estar com as comerciárias do Estado de São Paulo, dia 29 de março (terça) no Centro de Lazer dos Comerciários, em Praia Grande, num ato para comemorar o Dia Internacional da Mulher intitulado: “Mulher Valorizada, Comerciária Fortalecida”, a partir das 9 horas. Também chamei nossa taxista consciente para estar com as mulheres da Força Sindical dois dias depois (31 de março), às 13 horas, em outra celebração sob o tema: “Força Mulher, 20 anos de Luta pela Promoção da Igualdade de Oportunidades” Ela ficou entusiasmada e agradeceu. Cheguei ao meu destino, paguei a corrida e me despedi da minha nova companheira de luta: Nena, uma batalhadora, assim como milhões de brasileiras que seguem em frente com força, garra e determinação fazendo valer o que a Presidente Dilma, no dia da sua posse: “Sim, a Mulher Pode!”.
Maria A. C. dos Santos Marques
Secretária da Mulher – Força São Paulo e presidente do Sincomerciários de Votuporanga