Desde a semana passada voltamos ao que parece ser a estaca zero na luta contra a pandemia. Números de mortes aumentando e hospitais lotados, culminaram na bandeira preta e, mais uma vez, o comércio pagou uma conta muito cara: a da irresponsabilidade de quem ainda não entendeu a gravidade da situação e a de medidas despreparadas para lidar com a crise sanitária e econômica.
O governo do Estado já sinalizou a volta das atividades comerciais no próximo dia 22; porém, se o foco da propagação do vírus continuar sendo direcionado somente ao comércio, nunca vamos sair dessa situação. Enquanto os estabelecimentos tinham suas portas abertas e seguiam os protocolos de saúde e segurança, inclusive sendo fiscalizados pelo Sindec-POA, parques e praças continuavam abertos e com grande circulação de pessoas sem máscara, o transporte público operava com horários e frota defasada obrigando a aglomeração e festas clandestinas reuniam centenas alheios à realidade que estamos vivendo.
Chega! O mal se corta é pela raiz, já diz o ditado. O comércio não é o vilão dessa pandemia. Esperamos dos governos, medidas que realmente sejam eficazes, que conscientizem a população do que é essencial nesse momento, pois o abra e fecha a que o comércio está submetido, vem fragilizando cada vez mais o setor, acabando com os postos de trabalho e destruindo famílias.
Acreditamos que seja necessário manter horário restrito de circulação de pessoas, tornar a fiscalização mais rigorosa no que diz respeito ao cumprimento dos protocolos de segurança e definitivamente, aplicar medidas mais severas para quem burlar os decretos com festas, reuniões e até mesmo circulação desnecessária e sem máscara.
Ademais, precisamos de um trabalho sério, que esteja acima de vaidades políticas, voltado para que toda a população seja vacinada, pois só a imunização irá solucionar o problema. Não podemos mais contar com a sorte, queremos e é nosso direito viver com saúde, segurança e estabilidade econômica. A luta continua!
Nilton Neco, Presidente do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre-RS (Sindec-POA)
e secretário geral da Alternativa Democrática Sindical (ADS)