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Um desenvolvimento econômico que deve ser relativizado
quinta-feira, 21 de março de 2013
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As Nações Unidas acabam de divulgar os dados do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano. O Brasil, apesar de melhorar sua posição dentre os 187 países avaliados, ainda ocupa a posição de número 85 no mundo.
Segundo as Nações Unidas, o IDH é a referência mundial para avaliar o desenvolvimento humano a longo prazo.
O índice é calculado a partir de três variáveis: vida longa e saudável (medida pelo indicador expectativa de vida), acesso ao conhecimento (medido pelos índices da média de anos da escolaridade em adultos e anos esperados de estudo) e um padrão de vida decente (calculado a partir da renda nacional per capita).
Sistematicamente, nos últimos anos, a mídia divulga o crescimento econômico do Brasil.
Se a mídia nos bombardeia com informações de que o Brasil caminha a passos largos para o futuro, questiono que desenvolvimento é esse levando em conta os dados do IDH. A verdade é que mesmo com todo esse crescimento propagado, ocupamos uma zona intermediária quanto à qualidade de vida da população.
Levanto algumas perguntas para que todos os leitores reflitam: que desenvolvimento econômico é esse que não se reverte em ações práticas na vida dos cidadãos? Que desenvolvimento é esse que não traz melhorias diretas em nossas vidas?
Na teoria tudo é perfeito, mas, na prática, as famílias brasileiras ainda têm de conviver com escolas públicas com índices insatisfatórios, um sistema de saúde que não atinge a todos, muita gente morando nas ruas, falta de moradia, transporte precário, dentre tantos outros prontos que nos deixam distante de uma cidadania plena.
Não podemos confundir, a exemplo, crescimento econômico e melhoria na qualidade de vida com os efeitos de programas de ampliação de créditos, que só faz com que a população se endivide mais e, por outro lado, não vê de fato sua renda aumentar.
Por isso temos que relativizar sobre o tal desenvolvimento econômico. O Brasil, sem dúvida, é um país rico, mas a riqueza alardeada está concentrada nas mãos de uma minoria.
Mecanismos do Sindicato como as negociações de PLR – Participação nos Lucros e/ou Resultados são, de fato, instrumentos de distribuição de renda à população. Pois, neste caso, a família trabalhadora amplia seu poder de compra e, com isso, tem mais acesso a melhores serviços no seu dia a dia.
José Luiz Ribeiro é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e vereador em Piracicaba/SP.