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Memória Sindical

Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Memória Sindical

Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco

Centro de Memória Sindical

Cerimônia de posse da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, em abril de 1981

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desde sua fundação, em 23 de julho de 1963, passando pela intervenção militar, pela famosa greve de 1968, pela luta por saúde e segurança para o trabalhador e por relevantes projetos sociais, como o Eremim, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco se consolidou na história social do Brasil como um exemplo de compromisso para com o trabalhador.

Entre os anos de 1932 e 1963, os metalúrgicos de Osasco foram representados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. Mas o espírito autonomista, que já tomava conta do povo osasquense, atingia também os sindicalistas. Nos primeiros anos da década de1960 havia, no então bairro de Osasco, um Partido Comunista forte, um PTB forte e uma importante corrente da Igreja Católica Progressista. Havia, em outras palavras, condições para a formação de uma organização autônoma e forte dos trabalhadores naquela região.

Com a emancipação municipal de Osasco, em 1962, a organização de um sindicato próprio era só uma questão de tempo. Conrado Del Papa, suplente do Conselho Fiscal do Sindicato paulistano, e outros dirigentes, foram em frente e deram o primeiro passo criando a Associação dos Trabalhadores Metalúrgicos, Mecânicos e de Material Elétrico de Osasco, durante o III Congresso dos Metalúrgicos do Estado de São Paulo, na cidade de Piracicaba, em 1963.

Em 15 de junho daquele ano foi emitida a Carta do Ministério do Trabalho autorizando a Associação a se desfiliar do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. E, com a obtenção da Carta Sindical (em 23 de julho), a fundação do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Osasco ocorreu em 13 de setembro de 1963.

A primeira diretoria, tendo Conrado Del Papa como presidente,  Roberto de Oliveira como vice-presidente e Lino Ferreira dos Santos como secretário-geral, abrangeu diversas tendências, conforme explicação de Del Papa em depoimento concedido por ocasião dos 30 anos do Sindicato (em 1993):
“Não tem sentido fazer uma chapa só do Partido Socialista, só do Partido Comunista, só da FNT ou só independente. Então fizemos uma assembleia ampla convidando todos os companheiros a participar e formar uma chapa referendada por todos”.

Esta primeira gestão foi marcada pela Greve dos 700 mil, em novembro de 1963, ocorrida concomitantemente com a primeira campanha salarial do Sindicato. Entretanto, a vida do Sindicato sob um regime democrático duraria apenas seis meses.

Com o golpe militar de 31 de março de 1964, toda a diretoria foi cassada. Conrado Del Papa foi preso no dia 8 de abril de 1964, mesmo dia em que o interventor Luiz Camargo tomou seu lugar, permanecendo até julho de 1965. Camargo, ao fim de sua intervenção, montou sua sucessão é jornalista, coordenadora de projetos do Centro de Cultura e Memória Sindical com trabalhadores da confiança do delegado da antiga Delegacia Regional do Trabalho (DRT) de São Paulo, o general Moacyr Gaia. Entretanto, ele abriu uma brecha para que Del Papa indicasse o novo presidente. E ele indicou o companheiro Henos Amorina, que assumiu em 1965.

Em 1967, Henos perdeu a Presidência do Sindicato para uma chapa radicalmente contra a ditadura militar, liderada pelo jovem idealista José Ibrahin. A nova direção comandou atos contra o regime militar que culminaram na audaciosa greve dos metalúrgicos de Osasco, em julho de 1968. A greve foi duramente reprimida, a diretoria foi novamente cassada e Ibrahin, afastado, entrou para a  clandestinidade. A partir daí seguiram-se anos de intervenção
e vigilância no Sindicato.

Henos Amorina retornaria à Presidência em 1972, iniciando um processo de reconstrução e resgate do perfil político do Sindicato. Assim, o Sindicato se destacou como uma das instituições que mais lutaram pela saúde e segurança do trabalhador na história do nosso país. E também se tornou exemplo na prestação de serviços sociais para além da categoria metalúrgica. Ação que, vale registrar, tem na Associação Eremim, voltada para a luta contra o trabalho infantil, sua maior projeção.

Depois de Henos Amorina, o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região teve como presidentes Antonio Toschi, Cláudio Magrão de Camargo Crê e, desde 1997, Jorge Nazareno. Sua base abrange os municípios de Osasco, Cotia, Vargem Grande Paulista, Jandira, Itapevi, Carapicuíba, Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra, Barueri, Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus.

*Carolina Maria Ruy é jornalista, coordenadora de projetos do Centro de Cultura e Memória Sindical

Fonte: *Carolina Maria Ruy

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