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Idoso também é gente
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
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Enquanto nos países desenvolvidos o idoso pode desfrutar de paz e serenidade, ser idoso no Brasil representa um novo desafio na arte de sobreviver.
Mesmo em pleno ano de 2014, quando colocado em discussão, a sociedade ainda enxerga o idoso como um peso a ser carregado. Um encargo para a família e para o Estado, que tem de arcar financeiramente o envelhecimento dos seus cidadãos. Idoso parece não ser gente, mas sim um tributo.
A situação de descaso com os idosos no Brasil é a máxima representação da inversão de valores que se alicerça a sociedade brasileira. Quem deveria ser mais valorizado é quem geralmente é penalizado com instrumentos disformes, entre outros, como o Fator Previdenciário, que achata os vencimentos do cidadão no momento de se aposentar.
Todos os índices apontam para a longevidade dos seus povos e o consequentente crescimento do número de idosos, o que deveria pautar as ações para assegurar um envelhecimento digno. No entanto, as políticas públicas pouco se referem, ou possuem pouca consistência quando o tema é a terceira idade, a não ser quando o país atravessa crises econômicas e acaba transferindo o ônus para os aposentados, pensionistas e idosos.
Aposentados, Pensionistas e idosos precisam ser tratados como seres humanos, parte da sociedade, não mais como um tributo.
Carlos Ortiz é presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos