Há cerca de 160 milhões de crianças nestas condições em todo o mundo
No Dia Mundial de combate ao trabalho infantil que neste ano tem como lema: “Justiça social para todos – Acabem com o trabalho infantil!” visa impulsionar o combate à prática que afeta crianças em todo o mundo.
A Organização das Nações Unidas (ONU) alerta à estimativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgada esta segunda-feira (12), que aponta que atualmente cerca de 160 milhões de crianças são vítimas de trabalho infantil. A Organização Internacional do Trabalho denuncia que mais de 20 em cada 100 crianças entram no mercado de trabalho por volta dos 15 anos.
Desde 2000, tem havido progressos na redução do trabalho infantil, mas nas últimas duas décadas, segundo a ONU, com os conflitos e as crises dos últimos anos e ainda a pandemia de covid-19, mais famílias ficaram na pobreza, o que obrigou milhões de crianças a trabalhar. “O crescimento económico não tem sido suficiente, nem suficientemente inclusivo, para aliviar a pressão que muitas famílias e comunidades sentem e que as leva a recorrer ao trabalho infantil”, explica a ONU.
O estudo aponta que as regiões da África e da Ásia e do Pacífico juntas respondem por quase nove em cada dez crianças nessas situações em todo o mundo. Em termos de incidência, 5 por cento das crianças estão em situação de trabalho nesta faixa etária nas Américas, 4 por cento na Europa e Ásia Central e 3 por cento nos Estados Árabes”.
Apesar da porcentagem de crianças nesta situação ser maior em países pobres, os números são superiores em países mais desenvolvidos, de rendimentos médios. “As estatísticas sobre o número absoluto de crianças em situação de trabalho infantil em cada faixa de renda nacional indicam que 84 milhões de crianças em situação de trabalho infantil, o que representa 56 por cento de todas as crianças, vivem de facto em países de renda média e outros dois milhões vivem em países de alta renda”.
Justiça Social
Diante dos números alarmante, a Organização Internacional do Trabalho defende a criação de uma Coaligação Global por Justiça Social, tendo como prioridade a eliminação do trabalho de crianças. O Gabinete de Direitos Humanos das Nações Unidas ressalta que, a nível global, 50 milhões de pessoas ainda trabalham em formas análogas à escravidão.
Nesta segunda-feira (12), durante a 111ª Conferência Internacional do Trabalho, a OIT vai marcar o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, num evento que tem como objetivo explorar a conexão entre a justiça social e a erradicação da exploração infantil.