As mulheres são maioria da população brasileira: 51,18%. Quando se trata do eleitorado nacional, a proporção cresce. Elas formam 52,65% dos eleitores, ou seja, 8,3 milhões acima do eleitorado masculino.
A força do eleitorado feminino é real. Mas essa força não se expressa apenas nos números. As pesquisas de opinião, até agora, indicam que a vitória do candidato presidencial vai depender do lado para o qual penderá o eleitorado feminino.
Outro indicador importante é quanto à pauta e aos compromissos do candidato. Seja a mulher de centro, de direita ou de esquerda, ela está atenta ao comportamento do candidato. Se ele tiver um histórico machista, agressivo ou desrespeitoso, perde voto.
A mulher, seja pobre, rica ou classe média, está antenada no relacionamento. Desrespeito e agressividade são rechaçados. As mulheres também estão firmes no repúdio a agressões verbais ou físicas por namorados, companheiros ou maridos.
Essa tomada de consciência por parte das brasileiras me deixa muito feliz. Por isso, eu aplaudo as companheiras que negam voto a candidatos machistas, assediadores e covardes. A conscientização abre um novo mundo pras mulheres.
Espero que as eleições em 2 de outubro já mostrem esse avanço. Não só por um grande comparecimento feminino às urnas, mas também com a eleição de mais mulheres pro Executivo e o Legislativo. Será especialmente importante eleger um grande número de mulheres para a Câmara Federal, pois é lá que nascem as boas leis ou as más.
Neste momento, somos bombardeados pela propaganda eleitoral, inclusive na internet. E quase 100% promete honestidade e apoio aos valores da família. Mas está cheio de lobo em pele de cordeiro. Muitos que concorrem à reeleição aprovaram as reformas Trabalhista e da Previdência, cortando sem dó direitos de trabalhadores da ativa, aposentados e das pensionistas.
Muitos deles integram bancadas que apoiam medidas neoliberais como Carteira Verde-Amarela, terceirização, fracionamento das férias e do 13º, corte na multa do Fundo de Garantia de 40% pra 20%, redução do recolhimento do Fundo pelas empresas de 8% pra 2%, conforme Medida Provisória de Jair Bolsonaro.
Essas reformas prejudicam a todos. Porém, são mais lesivas às mulheres, porque muitas são arrimo de família. Muitas delas já criaram os filhos, mas agora têm que cuidar dos netos porque o casal paterno se separou e a família se desagregou.
A conscientização feminina veio pra ficar. Ela estará presente na hora do voto. Mas irá além, passando a fazer parte do nosso cotidiano. Quem ganha com isso? Ganham as mulheres e ganha a Nação. Afinal, 82.373.164 vozes femininas têm imensa força e poder.
Josinaldo José de Barros (Cabeça),
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região