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Um passo à frente
segunda-feira, 8 de abril de 2013
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No Brasil, a política de valorização do salário mínimo e os ganhos reais, obtidos por intermédio das negociações coletivas, além das políticas sociais, contribuíram expressivamente para amortecer os impactos da crise mundial, devido ao efeito positivo sobre a distribuição de renda, inclusive sobre a demanda agregada, apontando para o tão almejado desenvolvimento civilizatório. Tem pipocado na imprensa o discurso que o custo da mão de obra é uma barreira para a competição. Mas qual é a inserção competitiva que queremos? No passado, o País adotou a estratégia de modernização conservadora, onde prevalecia o ideário de que o crescimento era essencialmente baseado na concentração de renda, subemprego, informalidade e heterogeneidade nas ocupações, elevadas taxas de rotatividade e arrocho salarial.
Este momento, em que pese a crise, é favorável para construirmos um pacto em torno de um “novo desenvolvimentismo”. Esse percurso não será fácil, mas parece inevitável. Dentre os desafios, destacamos: 1) elevação dos investimentos; 2) redução dos gargalos de infraestrutura; 3) elevação da escolaridade e formação técnica da população, 4) redução da taxa de rotatividade; 5) recuperação dos elos perdidos da indústria brasileira e, sobretudo, elevação do valor agregado dos produtos brasileiros.
O momento impõe desafios significativos para a sociedade e, do nosso ponto de vista, a melhor solução é subordinar o crescimento econômico à capacidade de gerar renda, reduzir a iniquidade, criar empregos e novas atividades. O Brasil competitivo com baixos salários e precarização reinventa o atraso. Os trabalhadores brasileiros reivindicam que o enfrentamento da crise e da competitividade sejam virtuosos (com progresso técnico e elevação de salários) e não espúrios (com precarização, redução de renda e redução de direitos).
Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM