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William: É coisa de preto, né?
sexta-feira, 10 de novembro de 2017
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O tempo passa, mas não adianta, os racistas não se emendam, continuam praticando discriminações e preconceitos. Fingem civilidade com os negros, contudo não suportam a convivência com a diferença da cor da pele. De repente, num instante qualquer, o caráter do racista evidencia a essência do comportamento habitual.
Desta vez, nesse mês da Consciência Negra, a imprudência é do jornalista William Waack, do Jornal da Globo, que num vídeo verbaliza seu racismo, displicente e tão comum, como se estivesse em círculos confidenciais.
Sim, William, é coisa de preto!
Viver por cerca de 350 anos no regime da escravidão no Brasil e, mesmo após a libertação dos escravos, continua sendo coisa de preto permanecer na base da pirâmide social;
Ser preterido pela falta de oportunidades dificultando a valorização socioeconômica, restringindo acessos na sociedade e mercado de trabalho;
Conseguir emprego e, na maioria das vezes, atuar nas piores funções profissionais, obtendo os piores salários, sendo a mulher negra maior vítima de todo esse conjunto de adversidades;
Lutar em dobro, se difícil para todos, para o negro é muito mais difícil, tem de enfrentar discriminações e superar o racismo do cotidiano;
Ter reconhecimento profissional, ter sucesso, dinheiro, ser economicamente bem-sucedido, no entanto socialmente alocado, num convívio superficial.
Não importa a origem ideológica, de esquerda, centro ou de direita. Golpista ou não, racista é racista.
Uns são politicamente corretos, outros francos, e há os que tentam apenas disfarçar. Mas é tarefa difícil, não conseguem!
William, o Jornal da Globo está terminando. Boa noite.
Francisco Quintino,
Presidente do Sindicato dos Químicos de Rio Claro,
Presidente do INSPIR pela Força Sindical (Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial) e coordenador do departamento de promoção da igualdade racial da FEQUIMFAR