Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
25 OUT 2024

Imagem do dia

Sindirefeições São Paulo celebra outubro Rosa com café da manhã

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Criança e Adolescente

Apenas 2,1% dos alunos pobres do País têm bom desempenho escolar

segunda-feira, 5 de março de 2018

Criança e Adolescente

Apenas 2,1% dos alunos pobres do País têm bom desempenho escolar

De 71 países, Brasil é o 62º na quantidade de estudantes que vão bem em avaliação internacional apesar da situação de pobreza, os chamados resilientes; baixa rotatividade de professores e atividades extraclasse têm efeitos positivos no resultado
De 71 países, Brasil é o 62º na quantidade de estudantes que vão bem em avaliação internacional apesar da situação de pobreza, os chamados resilientes; baixa rotatividade de professores e atividades extraclasse têm efeitos positivos no resultadoCrédito: Divulgação

O Brasil é um dos países em que há menos estudantes resilientes, aqueles que apesar da condição de pobreza conseguem ter bom desempenho escolar. Um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra só 2,1% dos alunos brasileiros com esse perfil. A pesquisa analisou resultados da última edição do Pisa, maior avaliação internacional de educação, feita por jovens de 15 anos. A média de resiliência entre países membros da OCDE é de 25,2%.

No ranking de 71 países participantes, o Brasil ficou em 62.º, abaixo de outros latinos como Chile, Uruguai e Argentina. Uma das razões é o fato de alunos de baixa renda, em geral, frequentarem as piores escolas. “O Brasil ainda tem um longo caminho para garantir que estudantes tenham acesso igualitário às oportunidades educacionais, independentemente da origem dos seus pais ou do lugar em que vivem”, disse ao Estado um dos autores do estudo na OCDE Francesco Avvisati.  

São resilientes os alunos que estão entre 25% mais pobres do país e atingiram pelo menos o nível 3 de desempenho do Pisa, nas três áreas avaliadas – Matemática, Ciências e Leitura. Para a OCDE, o nível 3 é o mínimo necessário para que o jovem possa ter “uma vida com oportunidades de aprendizagem”.

Apesar da resiliência também ser uma característica pessoal, políticas e práticas educacionais podem reduzir a vulnerabilidade dos estudantes, afirma o relatório. Foram tabulados os fatores que mais influenciam nesse resultado positivo.  

Um dos mais importantes é um bom ambiente escolar, sem graves problemas de disciplina. Escolas com pouca rotatividade de professores e atividades extraclasse têm mais resilientes. Segundo o estudo, alunos pobres que estudam com colegas de classes sociais mais altas têm mais chance de sucesso. Já a menor quantidade de alunos faltosos ajuda, mas é menos significante. “Um clima em que os estudantes se sentem seguros e apoiados por professores e colegas é crucial para o sucesso dos que estão em desvantagem socioeconômica”, diz Avvisati.  

Não foi encontrada qualquer relação entre o número de computadores por aluno e outros recursos não humanos com a maior resiliência. Classes menores também não têm influência. E meninas de perfil socioeconômico baixo tem 9% menos chances de serem resilientes do que meninos da mesma escola.  

Como o Brasil tem índice baixo, não foi possível tabular quais fatores mais influenciam a resiliência no País. Mas, nos questionários do Pisa sobre o clima na escola, 40,3% dos brasileiros disseram que “os alunos não começam a estudar logo que começa a aula” e 38% que “não ouvem o que o professor fala”. Nas redes estaduais e municipais os índices são mais altos que na particular.  

Emoção. “É bagunça o tempo todo, professores ruins, tudo desestimula”, diz Victor Gonzaga, de 19 anos, um exemplo de resiliência. Ele mora em Guarulhos e os pais não têm ensino superior. Ao terminar o ensino médio na rede pública, fez dois anos de cursinho, com bolsa. Mês passado, surpreendeu a família toda ao ser aprovado em Medicina na Universidade de São Paulo (USP), na Federal de São Paulo (Unifesp) e na Estadual de Campinas (Unicamp). “Minha mãe sempre me incentivou e deixou que eu não trabalhasse nesses anos, mas a maioria dos meus amigos não teve essa sorte.”

Gabriel Zanata, de 17 anos, também da rede pública, acha o sistema injusto. “Quem é mais rico vai para a escola particular. Parece que a regra é: quem está embaixo tem de continuar embaixo, quem está em cima continua em cima.” Ele passou o último ano saindo de casa às 6 horas e voltando só à meia-noite – fez escola e cursinho juntos. “Foi muita emoção ver meu nome na lista (de aprovados no vestibular). Vou ter uma oportunidade que meus pais não tiveram.” Gabriel vai cursar Engenharia na USP. O pai é eletricista e a mãe, desempregada.  

Equidade. Hong Kong tem a maior taxa no ranking, 53,1%. É clara a relação entre resiliência, qualidade e equidade. Em países com melhor resultado educacional e menos desigualdade social, como Finlândia e Canadá, o valor é maior do que 30%. Os que estão no fim da lista se saem pior em avaliações como o Pisa e são menos igualitários, como Argélia, Peru e Líbano.  

“Fico preocupada em acharmos que a escola sozinha resolve toda essa questão”, diz a ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação e diretora da Fundação SM, Pilar Lacerda. Para ela, a má distribuição de renda e a pobreza influenciam muito na falta de perspectiva para que o aluno consiga se enxergar em um lugar melhor. “O esforço que temos de fazer é cinco vezes mais do que em países onde as necessidades básicas já são atendidas.”

O Brasil é o 10.º país mais desigual do mundo, segundo as Nações Unidas. “São os menos favorecidos que estudam nas escolas que não têm aula, que falta professor”, completa Mozart Neves Ramos, do Instituto Ayrton Senna. A disparidade também é vista no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo dados tabulados pelo Estado, só 8% dos alunos com as mil melhores notas em 2016 eram da rede pública. E 2,6% vêm de famílias com renda menor de 1,5 salário mínimo.  

Para Ramos, o caminho para reduzir a desigualdade passa pela inclusão no currículo das habilidades socioemocionais, entre elas, saber trabalhar em grupo, resolução de problemas e resiliência. “Você trabalha situações que promovem mudança de atitude, auto estima. Primeiro você faz isso para depois corrigir fluxo e alfabetização.”  

Também foi tabulado o avanço ao longo do tempo. Entre 2006 e 2015 (o Pisa é de três em três anos), o Brasil passou de 0,6% de resilientes para 2,1%, alta considerada significativa. Alguns dos maiores saltos foram de Portugal (16,3% para 25,8%) e Rússia (12,7% para 24,5%).

Textos e frações. O Pisa tem níveis de desempenho de 1 a 6. Os conhecimentos do 3 são tidos como mínimos para alunos de 15 anos. E, por isso, são o limite para jovens pobres serem considerados resilientes. Isso significa que sabem lidar com frações, porcentagens e decimais. Na prova de leitura, identificam e categorizam várias partes de um texto. Em Ciências, são capazes de explicar fenômenos naturais mais conhecidos.

Colégio da periferia aprova em universidades públicas

Na Escola Estadual de Educação Profissional Mário Alencar, no Ceará, no ano passado nenhum dos 384 alunos foi reprovado. O índice de abandono é zero. A unidade, que fica no bairro Jangurussu, periferia de Fortaleza, teve 25% dos estudantes do 3º ano aprovados em universidades públicas em 2017.

A receita do sucesso, explica a diretora Maiumi Lopes, é um acompanhamento integral do aluno, que passa pela família e termina com o encaminhamento profissional. “Uma vez por semana, no horário do almoço, aqueles que se sentirem sensibilizados, conversam sobre temáticas do dia a dia”, diz. Também é feito um controle rigoroso de frequência. “Quando alguém falta, a gente liga para saber o que houve.”

A escola funciona em período integral. Pela manhã, são as aulas da grade regular e à tarde, profissional (rede de computadores, enfermagem e eventos). No curso de rede, 80% dos formados saem empregados, como Guilherme Albuquerque, de 18 anos, que já atua como gerente de Tecnologia da Informação. Ele começou a estudar alemão porque quer fazer universidade no exterior.  
Por causa da alta procura, a escola faz seleção pelo histórico escolar, mas todos os alunos são de Jangurussu ou de bairros próximos, também periféricos. “Traçamos metas a partir da aptidão de cada um”, diz Maiumi.

Jangurussu tem 50.479 habitantes. O povoamento começou a partir de um aterro sanitário e, hoje, entre os bairros mais miseráveis de Fortaleza, tem os maiores índices de violência.

 

Fonte: jornal O Estado de S. Paulo

Últimas de Criança e Adolescente

Todas de Criança e Adolescente
Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Artigos 25 NOV 2024

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Artigos 25 NOV 2024

Mudar a jornada!

Trama golpista não ofusca o sucesso do G20
Artigos 25 NOV 2024

Trama golpista não ofusca o sucesso do G20

Número de empreendedoras cresce, mas renda ainda é 30% menor do que a dos homens
Imprensa 25 NOV 2024

Número de empreendedoras cresce, mas renda ainda é 30% menor do que a dos homens

Mortes de trabalhadores humanitários bate recorde em 2024, diz ONU
Imprensa 25 NOV 2024

Mortes de trabalhadores humanitários bate recorde em 2024, diz ONU

Pacote de ajuste fiscal não deve incluir benefícios sociais
Palavra do Presidente 25 NOV 2024

Pacote de ajuste fiscal não deve incluir benefícios sociais

Nota de pesar – José Firmo
Força 23 NOV 2024

Nota de pesar – José Firmo

Químicos da Força presentes na reunião do Comitê Executivo da IndustriALL na Turquia
Força 22 NOV 2024

Químicos da Força presentes na reunião do Comitê Executivo da IndustriALL na Turquia

Desocupação cai em 7 estados no terceiro trimestre de 2024
Força 22 NOV 2024

Desocupação cai em 7 estados no terceiro trimestre de 2024

TST nega recurso de posto que descumpre convenção coletiva dos frentistas do Rio
Força 22 NOV 2024

TST nega recurso de posto que descumpre convenção coletiva dos frentistas do Rio

ATENÇÃO COMUNICADO IMPORTANTE
Força 22 NOV 2024

ATENÇÃO COMUNICADO IMPORTANTE

Servidores de Jaru elegem nova diretoria na próxima semana
Força 22 NOV 2024

Servidores de Jaru elegem nova diretoria na próxima semana

Importância dos Sindicatos
Artigos 22 NOV 2024

Importância dos Sindicatos

Ajuste fiscal não pode comprometer benefícios sociais
Força 22 NOV 2024

Ajuste fiscal não pode comprometer benefícios sociais

Nota das centrais – União contra o golpismo e pela democracia
Força 21 NOV 2024

Nota das centrais – União contra o golpismo e pela democracia

Dieese promove o “Diálogos sobre Trabalho e Clima”
Força 21 NOV 2024

Dieese promove o “Diálogos sobre Trabalho e Clima”

Cesta básica fica 1,15% mais cara em outubro na capital paulista
Força 21 NOV 2024

Cesta básica fica 1,15% mais cara em outubro na capital paulista

Central intensifica luta pela regulamentação do setor dos trabalhadores em aplicativos
Força 21 NOV 2024

Central intensifica luta pela regulamentação do setor dos trabalhadores em aplicativos

Justa homenagem
Força 21 NOV 2024

Justa homenagem

A importância do Dia da Consciência Negra
Palavra do Presidente 20 NOV 2024

A importância do Dia da Consciência Negra

ADS promove debate sobre conjuntura e propostas para 2025
Força 19 NOV 2024

ADS promove debate sobre conjuntura e propostas para 2025

SinSaúdeSP protesta contra fechamento do Hospital Bela Vista
Força 19 NOV 2024

SinSaúdeSP protesta contra fechamento do Hospital Bela Vista

Movimento sindical contribuiu para o sucesso do G20 Social
Força 19 NOV 2024

Movimento sindical contribuiu para o sucesso do G20 Social

Cortar direitos sociais é inadmissível!
Força 19 NOV 2024

Cortar direitos sociais é inadmissível!

Nosso total apoio ao STF e ao ministro Alexandre de Morais
Força 19 NOV 2024

Nosso total apoio ao STF e ao ministro Alexandre de Morais

Dieese: Apesar dos avanços, desigualdade racial de rendimentos persiste
Força 18 NOV 2024

Dieese: Apesar dos avanços, desigualdade racial de rendimentos persiste

Katia Rodrigues é eleita na 13ª Conferência Regional Interamericana
Força 18 NOV 2024

Katia Rodrigues é eleita na 13ª Conferência Regional Interamericana

Veja fotos da participação da Força Sindical no G20 Social
Força 18 NOV 2024

Veja fotos da participação da Força Sindical no G20 Social

Centrais: Crescimento econômico, justiça social e democracia; nota
Força 18 NOV 2024

Centrais: Crescimento econômico, justiça social e democracia; nota

Força Sindical presente no G20 Social
Força 14 NOV 2024

Força Sindical presente no G20 Social

Aguarde! Carregando mais artigos...