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[caption id="attachment_68591" align="aligncenter" width="2560"] Presidente da Força Sindical reúne-se com sindicalistas da Central em Rodônia[/caption]
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Memória Sindical
Marchas da Classe Trabalhadora
sexta-feira, 29 de março de 2013
Memória Sindical
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Em 2000, sindicalistas da Força Sindical realizaram uma Marcha pela elevação do salário mínimo, que era de cerca de duzentos reais, para cem dólares, e pela recuperação do Fundo de Garantia (defasado devido a falta de correção).
Cerca de 150 trabalhadores marcharam a pé de São Paulo a Brasília.
Segundo Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, “fomos a pé daqui para Brasília, em uma viagem de 31 dias. Acampávamos todos
os dias. Foi uma luta que uniu as principais categorias: metalúrgicos, trabalhadores da construção civil, da alimentação, costureiras, químicos, comerciários. Todos os grandes Sindicatos da época nos ajudaram”. (Força Sindical, 20 anos de lutas, 2011.)
O evento foi um marco a partir do qual se iniciou, em 2004, uma sequência de Marchas da Classe Trabalhadora com a participação de todas as Centrais Sindicais – Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).
Entre 2004 e 2009 foram realizadas seis Marchas da Classe Trabalhadora, enfatizando temas como a redução da jornada sem redução de salário, a luta pelo trabalho decente e reforçando a unidade de ação do movimento sindical.
A 6ª Marcha, que contou com a participação de mais de 40 mil pessoas de todos
os Estados e setores econômicos, costurou um histórico acordo com o governo federal, no qual a Lei 12.382, de março de 2011, garante a política de valorização do salário mínimo até 2015. Tal reajuste, que levou o salário mínimo a ter uma valorização de 55% de aumento real, baseia-se na inflação do ano anterior somada à variação do PIB de dois anos regressos.
Depois de quatro anos sem a realização da Marcha, o ano de 2013 começou com a reedição do evento. A retomada desta forma de luta se fez necessária devido à necessidade de pressionar o governo federal e o Congresso Nacional pela retomada dos investimentos públicos e por salários e empregos de qualidade no Brasil, com a garantia de contrapartidas sociais.
Com o tema “Desenvolvimento, Cidadania e Valorização do Trabalho”, a 7ª Marcha reivindicou o fim do Fator Previdenciário, a redução da jornada de trabalho (sem redução salarial), uma política de valorização dos aposentados, reforma agrária, igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, 10% do PIB para a educação, 10% do orçamento da união para a Saúde, correção da tabela do Imposto de Renda, ratificação da Convenção OIT/158, regulamentação da Convenção OIT/151, ampliação do investimento público, desenvolvimento econômico (com distribuição de renda, emprego, trabalho decente, manutenção e ampliação de direitos) e justiça social.
Desta vez, a plataforma de lutas foi orientada pela Agenda elaborada no 2º Conclat (Congresso Nacional das Classes Trabalhadoras), em junho de 2010, em São Paulo.
Segundo João Guilherme Vargas Neto, a 7ª Marcha reafirmou o papel histórico do movimento sindical dos trabalhadores, maior movimento social brasileiro e, hoje, vanguarda do movimento sindical no mundo inteiro.
Ainda em suas palavras, “de forma pacífica, imponente e colorida, os 60 mil participantes – cujo comparecimento superou todas as expectativas – deram
a mais vigorosa demonstração de força em defesa das exigências dos trabalhadores por desenvolvimento, cidadania e valorização do trabalho”.