O principal evento das entidades será em Curitiba, onde Lula está preso desde o dia 7. Movimentos populares e partidos de esquerda reforçarão o protesto contra a prisão do ex-presidente.
O ato unificado em Curitiba foi marcado pelos dirigentes das seis centrais sindicais – CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST e Intersindical – quatro dias depois da prisão de Lula para pressionar o Judiciário e pedir a liberdade do ex-presidente. As frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem movimentos como MST, UNE e MTST, devem levar militantes de várias regiões do país para o "1º de Maio de Resistência" na capital paranaense.
Com a prisão de Lula no centro do debate, pautas tradicionais do dia do trabalhador, como a redução da jornada de trabalho e a valorização do salário mínimo, devem ficar em segundo plano.
O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas (PT), ponderou que a condenação do ex-presidente coloca em risco os direitos conquistados pelos trabalhadores e disse que "só Lula é capaz de unir as centrais". "Os direitos dos trabalhadores têm a ver com Lula livre. O ex-presidente não só consagrou os direitos, mas também aumentou as conquistas", disse, citando como exemplo a valorização do salário mínimo.
Apesar de ter sido um dos principais articuladores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD), afirmou que é "lógico" que o 1º de Maio em Curitiba se transformará em um ato contra a prisão de Lula e disse que, por isso, a central participará. "O que nos uniu foi o protesto contra a prisão depois da condenação em segunda instância e em favor da liberdade de Lula", disse.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, afirmou que haverá protestos também contra a reforma trabalhista, feita pelo presidente Michel Temer, e em defesa de mais empregos. No entanto, o ponto central será a manifestação de solidariedade ao ex-presidente. "Será a primeira vez na história que as centrais estarão juntas, no mesmo palanque, para enfrentar essa crise moral. Foi Lula quem nos ajudou muito, com a valorização do salário mínimo, o aumento da inclusão social, a regularização das centrais", disse Patah. "Enfrentamos agora um Congresso insensível com as demandas dos trabalhadores, que quer acabar com a estrutura sindical."
O ato unificado das centrais será na praça Santos Andrade, onde o ex-presidente Lula reuniu milhares de pessoas em maio, depois de prestar depoimento ao juiz Sergio Moro, e em março, no fim da caravana pela região Sul, poucos dias antes de ser preso.
Dezenas de apoiadores do ex-presidente já estão na cidade, no acampamento da "vigília Lula Livre", próximo à Superintendência da Polícia Federal, onde o petista está.
Além da manifestação em Curitiba, marcada para a tarde as centrais farão atos em outras cidades pela manhã. Em São Paulo, a Força Sindical fará o tradicional show com cantores populares na praça Campo de Bagatelle e sorteará 15 carros da Hyundai, em festa patrocinada pelo governo de São Paulo e pela Sabesp. Paulinho da Força deve participar do ato na capital paulista e abrirá o palanque para o presidenciável Aldo Rebelo, do Solidariedade.
A CUT, CTB e a Intersindical farão uma manifestação na praça da República, em São Paulo, em defesa de "Lula livre, do emprego, dos salários e da aposentadoria". Há previsão de atos em outras nove capitais e no Distrito Federal.