Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
25 ABR 2024

Imagem do dia

8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical 8⁰ Congresso Internacional de Direito Sindical

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

A empresa e os direitos humanos no Brasil

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Artigos

A empresa e os direitos humanos no Brasil

Por: Antônio Augusto de Queiroz

A política pública de direitos humanos no Brasil ganhou centralidade no governo Fernando Henrique Cardoso e foi impulsionada nos governos do PT (Lula e Dilma), inclusive com a mudança de status da secretaria então existente no Ministério da Justiça, que passou para a Presidência da República e depois foi transformada em ministério. Embora tenha sido mantida no governo Temer, a pasta teve sua importância diminuída e no governo Bolsonaro não apenas perdeu o status de ministério como foi rebaixada a uma secretaria do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Direitos humanos, como regra, englobam amplo escopo temático, como direitos civis e políticos, direito ambiental, direito do consumidor, direito do trabalho, nos matizes de propriedade privada, inclusão digital, vida, moradia, distribuição de renda, liberdade de pensamento, expressão e crença, educação, saúde, trabalho, igualdade racial, de gênero e orientação sexual, e direitos dos indígenas, entre outros.

Neste texto vamos tratar dos direitos humanos no setor privado na perspectiva da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem recomendado práticas que respeitem as disposições legais, sociais e regulatórias de cada país, sem negligenciar os princípios e padrões de conduta, principalmente em relação à proteção dos mais vulneráveis.

Na visão da ONU, o crescimento, o investimento e a geração de riquezas devem se dar de forma sustentável e como tal devem promover a inclusão social, respeitar o meio ambiente e os direitos humanos. Por essa lógica, a livre iniciativa, a cidadania, a dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho são pilares do Estado democrático de direito.

Nessa perspectiva, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou, em julho de 2011, o documento “Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos”, estruturado em três pilares: proteger, respeitar e reparar.

Os “Princípios Orientadores sobre Empresa e Direitos Humanos”, cujo conteúdo tem sido divulgado e recomendado ao setor produtivo pela ONU, poderão se transformar num tratado internacional, tendo, inclusive, sido criado um grupo de trabalho, sob a coordenação do Estado do Equador, com essa finalidade.

O governo brasileiro, no esforço de implementação dos princípios de proteção e reparação de direitos humanos nas atividades empresariais, editou o Decreto 9.571, de 21 de novembro de 2018, que “estabelece as Diretrizes Nacionais sobre Empresas e Direitos Humanos”, bem como outras normas em nível de portaria com essa finalidade.

A última vez que o tema ganhou visibilidade na agenda governamental foi exatamente em novembro de 2018, na solenidade de assinatura e divulgação do referido decreto, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no exercício da Presidência da República, participou do lançamento da Carta Aberta Empresas pelos Direitos Humanos, um compromisso do Estado brasileiro e de empresas em favor da proteção dos direitos humanos, subscrita, na ocasião, por várias autoridades, institucionais estatais e por empresas.

Desde então, o tema perdeu espaço na agenda oficial. A formulação, implementação e fiscalização das políticas de direitos humanos, em suas variadas dimensões, inclusive na arena empresarial, está distribuída em vários órgãos e ministérios, cabendo a coordenação dessas dimensões, pelo menos do ponto de vista formal, ao atual Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Entretanto, uma característica da administração pública no Brasil é a instabilidade das políticas públicas, quase sempre marcadas pela descontinuidade em razão de mudanças, seja por orientação política, seja por novos arranjos institucionais. No caso da política de direitos humanos acontecem, simultaneamente, as duas coisas no governo Jair Bolsonaro, com a perda de status e de prioridade na agenda governamental.

No novo governo, por razões fiscais e políticas, o funcionamento da máquina pública será prejudicado, tanto por suposta falta de condições materiais e ausência de reposição de pessoal, quanto pela decisão política de flexibilizar a legislação, a fiscalização e o controle sobre o setor privado, sob o fundamento de atrair investimentos.

O pressuposto do novo governo é que há excesso de rigor, tanto na legislação quanto na fiscalização pelos órgãos de controle, e isso estaria prejudicando a eficiência e a produtividade da economia, e, em consequência, dificultando a atração de investimentos. A tendência, em função desse tipo de visão, é que os órgãos de fiscalização e controle sob o comando do governo federal sejam esvaziados.
A orientação pública é de que antes de punir, com a interdição ou multa sobre o empreendimento, haja uma orientação mais educativa e preventiva, com alerta e advertência antes da atuação, mas, na prática, além de não darem condições para que esses órgãos funcionem, tem havido forte interferência das autoridades na gestão e diversas desautorizações de ações de fiscalização, inclusive com perdão ou anulação de multas.

Com essa nova orientação, em que o governo deixa os marcos regulatórios e fiscalizatórios frouxos, a responsabilidade da empresa aumenta, na medida em que o objetivo de maximizar o lucro pressiona os gestores para minimizar custos e despesas, o que pode levar à contenção de investimento em prevenção e no respeito aos direitos humanos.

E a futura reparação por eventuais danos, certamente, custará muito mais, tanto em termos de imagem quanto financeiros, do que os investimentos em controle e prevenção, bem como no respeito ao meio ambiente e aos direitos humanos, como bem demonstram os recentes episódios envolvendo o setor de mineração.

Nesse novo cenário, no qual o governo criminaliza os movimentos sociais, defende relações de trabalho “próximas da informalidade”, vê os direitos humanos como proteção a “bandidos” e enxerga a defesa do meio ambiente como “trava ao investimento”, as empresas precisam ampliar a sua política compliance para além dos aspectos jurídicos, alcançando também os aspectos operacionais, inclusive com uma forte autorregulação, estreitar laços com as organizações da sociedade civil nas áreas ambiental e de direitos humanos, e, sobretudo, adotar as ações preventivas e protetivas, revendo suas estratégias, avaliando seus sistemas de controle e supervisão, assim como a gestão de riscos, sob pena de reparar danos futuros.

Para tanto é fundamental, de um lado, que as empresas assumam o compromisso com “as diretrizes com os direitos humanos da ONU” e incorporem práticas de responsabilidade social, e, de outro, mantenham contato com os movimentos sociais e com os órgãos de fiscalização e controle, inclusive a Procuradoria-Geral dos Direitos do Cidadão do Ministério Público e a Defensoria Pública, a quem compete cobrar ações efetivas do governo na implementação dos princípios inscritos no inciso I, art. 1º (dignidade da pessoa humana), no art. 3º (objetivos fundamentais da República), art. 6º e 7º, e art. 170 da Constituição Federal, sob pena de completo abandono dos vulneráveis que dependem dos direitos humanos e do meio ambiente.

Antônio Augusto de Queiroz é jornalista, analista político e diretor licenciado do Diap

Cabeça de bacalhau
João Guilherme Vargas Netto

Cabeça de bacalhau

Dia Internacional da Enfermagem: 12 de maio
Jefferson Caproni

Dia Internacional da Enfermagem: 12 de maio

Não à desvinculação das aposentadorias
Milton Cavalo

Não à desvinculação das aposentadorias

Nossa solidariedade ao Rio Grande do Sul
Gilberto Almazan

Nossa solidariedade ao Rio Grande do Sul

É preciso rever as ações para fortalecer o movimento sindical
Eusébio Pinto Neto

É preciso rever as ações para fortalecer o movimento sindical

Não ao assédio moral
Paulo Ferrari

Não ao assédio moral

Um inovador primeiro passo
Clemente Ganz Lúcio

Um inovador primeiro passo

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho
Sérgio Luiz Leite, Serginho

“Combustível do Futuro” e o futuro do trabalho

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade
Maria Auxiliadora

Dia Internacional da Mulher: Desafios e compromissos pela igualdade

Uma questão de gênero
Aparecida Evaristo

Uma questão de gênero

Avanços reais
João Passos

Avanços reais

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar
Milton de Araújo

Comerciário sindicalizado só tem a ganhar

Mensagem a Marinho
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mensagem a Marinho

Apagão de responsabilidade
Nilton Souza da Silva, o Neco

Apagão de responsabilidade

Viva a república
Zoel Garcia Siqueira

Viva a república

Brasília, 22 de Maio: centrais sindicais na luta por mais direitos!
Força 19 MAI 2024

Brasília, 22 de Maio: centrais sindicais na luta por mais direitos!

Justiça do Rio condena posto de combustíveis a pagar aos funcionários as perdas de planos econômicos
Força 17 MAI 2024

Justiça do Rio condena posto de combustíveis a pagar aos funcionários as perdas de planos econômicos

Pirelli: metalúrgicos aprovam acordo com PLR de R$ 20 mil
Força 17 MAI 2024

Pirelli: metalúrgicos aprovam acordo com PLR de R$ 20 mil

Metalúrgicos da Renault/Horse dão 72hs para retomar negociações
Força 17 MAI 2024

Metalúrgicos da Renault/Horse dão 72hs para retomar negociações

Movimento sindical leva propostas de ajuda ao RS no Conselhão
Força 17 MAI 2024

Movimento sindical leva propostas de ajuda ao RS no Conselhão

Sintraf Petrolina celebra aniversário de dez anos com grande evento, nesta sexta (17)
Força 17 MAI 2024

Sintraf Petrolina celebra aniversário de dez anos com grande evento, nesta sexta (17)

SinSaúdeSP realiza homenagem aos “heróis da saúde”
Força 16 MAI 2024

SinSaúdeSP realiza homenagem aos “heróis da saúde”

Sindieventos Bahia participa de debate sobre trabalho na cultura
Força 16 MAI 2024

Sindieventos Bahia participa de debate sobre trabalho na cultura

SINPOSPETRO-RJ oferece tratamento ambulatorial de qualidade aos associados
Força 16 MAI 2024

SINPOSPETRO-RJ oferece tratamento ambulatorial de qualidade aos associados

Cabeça de bacalhau
Artigos 16 MAI 2024

Cabeça de bacalhau

Metalúrgicos da Ferrolene aprovam ação solidária ao povo do RS
Força 16 MAI 2024

Metalúrgicos da Ferrolene aprovam ação solidária ao povo do RS

Ferrolene: trabalhadores e empresa unidos em solidariedade ao povo do RS
Força 16 MAI 2024

Ferrolene: trabalhadores e empresa unidos em solidariedade ao povo do RS

Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Força Sindical enviam água para o RS
Força 15 MAI 2024

Sindicato dos Metalúrgicos de SP e Força Sindical enviam água para o RS

Sindnapi auxilia idosos desabrigados no RS
Força 15 MAI 2024

Sindnapi auxilia idosos desabrigados no RS

Sindnapi ouve pré-candidatos a vereadores e prefeito
Força 15 MAI 2024

Sindnapi ouve pré-candidatos a vereadores e prefeito

Apoio à greve dos trabalhadores da Renault\Horse
Força 15 MAI 2024

Apoio à greve dos trabalhadores da Renault\Horse

Calamidade no RS: sindicalismo solidário!
Força 15 MAI 2024

Calamidade no RS: sindicalismo solidário!

Sindicalistas e Marinho debatem ações para ajudar o RS
Força 15 MAI 2024

Sindicalistas e Marinho debatem ações para ajudar o RS

Direto de Brasília!
Força 15 MAI 2024

Direto de Brasília!

Metalúrgicos da Ferrolene fazem ato nesta quarta (15)
Força 15 MAI 2024

Metalúrgicos da Ferrolene fazem ato nesta quarta (15)

Calamidade no RS: veja propostas das centrais sindicais entregues ao Ministro Marinho
Força 15 MAI 2024

Calamidade no RS: veja propostas das centrais sindicais entregues ao Ministro Marinho

Sindicalistas se reúnem com Senador Alcolumbre
Força 15 MAI 2024

Sindicalistas se reúnem com Senador Alcolumbre

Tabela de salários do município do RJ é distribuída nos postos
Força 15 MAI 2024

Tabela de salários do município do RJ é distribuída nos postos

Porto de Santos e região poderão ter mais auditores fiscais do trabalho
Força 14 MAI 2024

Porto de Santos e região poderão ter mais auditores fiscais do trabalho

Novas delegadas de fábrica do SMC são empossadas
Força 14 MAI 2024

Novas delegadas de fábrica do SMC são empossadas

Sindicalistas debatem fortalecimento sindical com liderança do PSD
Força 14 MAI 2024

Sindicalistas debatem fortalecimento sindical com liderança do PSD

Ônibus vazio no 6º dia de greve na Renault
Força 14 MAI 2024

Ônibus vazio no 6º dia de greve na Renault

Refeições Coletivas SP se mobiliza para ajudar população do RS
Força 14 MAI 2024

Refeições Coletivas SP se mobiliza para ajudar população do RS

Trabalhadores da Construção Civil SP conquistam aumento real
Força 14 MAI 2024

Trabalhadores da Construção Civil SP conquistam aumento real

MTE é parceiro estratégico do Pacto Global da ONU – Rede Brasil
Imprensa 14 MAI 2024

MTE é parceiro estratégico do Pacto Global da ONU – Rede Brasil

Aguarde! Carregando mais artigos...