Menu

Mapa do site

Emissão de boleto

Nacional São Paulo

Emissão de boleto

Nacional São Paulo
10 DEZ 2024

Imagem do dia

Imagem do dia - Força Sindical

Enviar link da notícia por e-mail

Artigos

Convenção 87 da OIT: unidade ou pluralismo?

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Artigos

Convenção 87 da OIT: unidade ou pluralismo?

Por: Clemente Ganz Lúcio

O governo federal recriou o Conselho Nacional do Trabalho, órgão tripartite (governo, empregadores e trabalhadores), que receberá subsídios e propostas do recém-criado Grupo de Altos Estudos do Trabalho (Gaet), este último a ser composto por quatro órgãos temáticos: (1) Economia e trabalho, (2) Direito do trabalho e segurança jurídica; (3) Trabalho e previdência, (4) Liberdade sindical. A reforma sindical está na agenda com o princípio da liberdade sindical.

A Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) volta ao centro do debate sindical. Para alguns, pluralidade ou pluralismo sindical, como se fossem sinônimos de liberdade sindical. Há experiências de sistemas de muita unidade sindical e outras de pluralismos, ambos em regimes de liberdade sindical. Por isso, é fundamental saber fazer distinções para instruir o debate e as escolhas, se necessárias.

A Convenção 87 trata da “Liberdade sindical e proteção do direito de sindicalização”. Aprovada em 1948, é uma das mais importantes convenções da OIT, se não a mais. O Brasil ainda não aderiu a essa Convenção, que faz parte dos direitos fundamentais.

Em relação à liberdade sindical e sindicalização, aqui está destacado o essencial da Convenção 87:

Art. 2 — Os trabalhadores e os empregadores, sem distinção de qualquer espécie, terão direito de constituir, sem autorização prévia, organizações de sua escolha, bem como o direito de se filiar a essas organizações, sob a única condição de se conformar com os estatutos das mesmas.

Art. 3 — 1. As organizações de trabalhadores e de empregadores terão o direito de elaborar seus estatutos e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus representantes, de organizar a gestão e a atividade dos mesmos e de formular seu programa de ação.

2. As autoridades públicas deverão abster-se de qualquer intervenção que possa limitar esse direito ou entravar o seu exercício legal.

Art. 4 — As organizações de trabalhadores e de empregadores não estarão sujeitas à dissolução ou à suspensão por via administrativa.

Art. 5 — As organizações de trabalhadores e de empregadores terão o direito de constituir federações e confederações, bem como o de filiar-se as mesmas, e toda organização, federação ou confederação terá́ o direito de filiar-se as organizações internacionais de trabalhadores e de empregadores.

Art. 11 — Cada Membro da Organização Internacional do Trabalho para o qual a presente Convenção está em vigor, se compromete a tomar todas as medidas necessárias e apropriadas a assegurar aos trabalhadores e aos empregadores o livre exercício do direito sindical.

Enfim, a Convenção 87 afirma o direito dos trabalhadores e empregadores de se organizarem de maneira autônoma em relação ao outro e ao Estado. Como devem se organizar? Livremente! É fundamental compreender que a Convenção 87 não tem nenhuma palavra sobre pluralidade ou pluralismo, que são alternativas de diretrizes e formas de organização, entre outras. É preferível um sistema sindical com diretrizes e formas de organização que favoreçam e levem à unidade e à agregação, sempre!

Mas se é livre, então, como se faz? Bem, a história mostra que os trabalhadores, nos quase 150 países que ratificaram a Convenção 87, organizaram-se de maneira variada, de modo que cada local tem o próprio “modelo”. Em muitos casos, a liberdade gerou um acordo político de altíssima unidade e agregação, como na Alemanha. Em outros casos, há uma pluralidade limitada pela representatividade oriunda da decisão dos trabalhadores, como na Espanha. Em alguns, existe um pluralismo fragmentador por empresa, como no Chile. Portanto, há de tudo, para todos os gostos.

No regime de liberdade sindical, o fundamento estruturante é que os trabalhadores constroem e escolhem caminhos e formas de organização. Trata-se da liberdade de fazer escolhas e, portanto, nada é fácil, tudo possível, inclusive e principalmente, a construção da unidade e da agregação.

No caso brasileiro, hoje, a Constituição afirma o direito sindical e define a unicidade, ou seja, um único sindicato por base de representação é o “modelo” que vigora no país. Nesse regime de unicidade, são 14 centrais sindicais, 36 confederações e, no chão de uma mesma empresa, encontram-se dezenas de sindicatos! Mesmo diante da limitação constitucional da unicidade, criou-se uma “engenhoca” de fragmentação perversa, que divide os trabalhadores em categorias e mais categorias, exacerba disputas e pouco favorece a unidade. A nossa unicidade está muito longe de ser um bom exemplo de unidade da classe trabalhadora, pois é fragmentada desde o chão da empresa. Portanto, cabe uma reestruturação no sentido da unidade real e da agregação. Bem, se é oportuno fazê-la agora, pode não ser uma escolha.

A agenda que virá do governo colocará a liberdade sindical em pauta. No ambiente de liberdade, a capacidade política propositiva será fundamental. De um lado, olhar para a cultura sindical brasileira de um século de luta e para o que existe hoje de organização, sistema de negociação e legislação trabalhista e, de outro lado e ao mesmo tempo, definir o que se quer para o futuro, para se ter uma estrutura sindical coetânea com um mundo do trabalho em transformação.

Em liberdade, com a capacidade política e a estrutura sindical existente no Brasil, a partir da experiência construída historicamente e da efetiva participação dos trabalhadores, é possível organizar um processo de reestruturação do sistema sindical e de negociação coletiva orientado para a unidade, com sindicatos de alta representatividade, ampla representação das bases, estrutura distribuída em todo o território, abrangendo todos os trabalhadores – assalariados e servidores públicos, autônomos, trabalhadoras domésticas, terceirizados etc. Tudo isso é possível, mas se houver iniciativa e visão estratégica. Sem dúvida, o contexto é de extrema adversidade, mas nem sempre se escolhe o campo da luta!

Clemente Ganz Lúcio é sociólogo e diretor técnico do Dieese

A Construção Coletiva da sociedade
Diógenes Sandim Martins

A Construção Coletiva da sociedade

Caminhos pra 2025
Lineu Mazano

Caminhos pra 2025

Participação nos lucros e resultados
João Guilherme Vargas Netto

Participação nos lucros e resultados

Vamos lutar por um Salário Mínimo digno?!
Eduardo Annunciato, Chicão

Vamos lutar por um Salário Mínimo digno?!

Medidas afetam novamente os aposentados e pensionistas
Milton Cavalo

Medidas afetam novamente os aposentados e pensionistas

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate
Nilton Souza da Silva, o Neco

Uma Antiga Luta Sindical que Retorna ao Debate

Mudar a jornada!
Josinaldo José de Barros (Cabeça)

Mudar a jornada!

Trama golpista não ofusca o sucesso do G20
Eusébio Pinto Neto

Trama golpista não ofusca o sucesso do G20

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio
Clemente Ganz Lúcio

Ir à Greve e Conquistar Direitos; por Clemente Ganz Lúcio

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição
César Augusto de Mello

MPT: A contribuição assistencial e o exercício de oposição

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos
Airton dos Santos

Porque o Brasil está crescendo; por Airton dos Santos

A importância do Sindicato!
Paulo Eduardo Ritz

A importância do Sindicato!

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri
Antonio Rogério Magri

A importância de homologar no sindicato; por Antonio Rogério Magri

Basta de assédio!
Maria Auxiliadora

Basta de assédio!

Lula 3 e os sinais da economia
Marcos Verlaine

Lula 3 e os sinais da economia

O Voto Consciente
Geraldino dos Santos Silva

O Voto Consciente

Que o Natal renove nossa luta por união e justiça!
Força 24 DEZ 2024

Que o Natal renove nossa luta por união e justiça!

A Construção Coletiva da sociedade
Artigos 20 DEZ 2024

A Construção Coletiva da sociedade

Prazo para atualização de dados sindicais termina em dezembro
Força 20 DEZ 2024

Prazo para atualização de dados sindicais termina em dezembro

Trabalhadores recebem verbas indenizatórias referentes a feriados
Força 20 DEZ 2024

Trabalhadores recebem verbas indenizatórias referentes a feriados

Vigilantes SP conquistam reajuste acima da inflação
Força 18 DEZ 2024

Vigilantes SP conquistam reajuste acima da inflação

Sindicalistas reúnem-se com líder do Partido Comunista Chines
Força 17 DEZ 2024

Sindicalistas reúnem-se com líder do Partido Comunista Chines

Nota de repúdio da Força Sindical RS
Força 17 DEZ 2024

Nota de repúdio da Força Sindical RS

Sindicalistas fortalecem luta em defesa da SPTrans
Força 17 DEZ 2024

Sindicalistas fortalecem luta em defesa da SPTrans

Movimentos sindical e popular cobram mudança nos cortes de gastos
Imprensa 17 DEZ 2024

Movimentos sindical e popular cobram mudança nos cortes de gastos

Vice-presidente SINPOSPETRO-RJ representa trabalhadores de todo o país na CNPBz
Força 17 DEZ 2024

Vice-presidente SINPOSPETRO-RJ representa trabalhadores de todo o país na CNPBz

Confira a Carta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
Força 16 DEZ 2024

Confira a Carta ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco

Diretoria do SINPOSPETRO-RJ define projetos para 2025
Força 13 DEZ 2024

Diretoria do SINPOSPETRO-RJ define projetos para 2025

Audiência Pública na Alesp promove debate sobre escala 6×1
Força 12 DEZ 2024

Audiência Pública na Alesp promove debate sobre escala 6×1

Sindicalistas da Força participam de 4ª reunião do Conselhão
Força 12 DEZ 2024

Sindicalistas da Força participam de 4ª reunião do Conselhão

Desafios para 2025
Palavra do Presidente 12 DEZ 2024

Desafios para 2025

Dieese divulga Balanço das Greves Primeiro Semestre
Força 12 DEZ 2024

Dieese divulga Balanço das Greves Primeiro Semestre

Sindnapi reúne diretores para o planejamento de 2025
Força 12 DEZ 2024

Sindnapi reúne diretores para o planejamento de 2025

Direito a dois domingos de folga às mulheres é uma conquista do SINPOSPETRO-RJ
Força 12 DEZ 2024

Direito a dois domingos de folga às mulheres é uma conquista do SINPOSPETRO-RJ

Servidores de Santos iniciam negociação salarial
Força 12 DEZ 2024

Servidores de Santos iniciam negociação salarial

Aumentar os juros é um crime contra o país
Força 12 DEZ 2024

Aumentar os juros é um crime contra o país

Veja retrospectiva das atividades do SINTRABOR em 2024
Força 12 DEZ 2024

Veja retrospectiva das atividades do SINTRABOR em 2024

Último dia de intercâmbio Brasil e China!
Força 12 DEZ 2024

Último dia de intercâmbio Brasil e China!

Sindicato lança terceira cartilha sobre trabalho decente no comércio
Força 12 DEZ 2024

Sindicato lança terceira cartilha sobre trabalho decente no comércio

Aumento dos juros: remédio errado e desnecessário
Força 11 DEZ 2024

Aumento dos juros: remédio errado e desnecessário

MPT defende vínculo trabalhista entre motoristas e Uber em audiência pública no STF
Imprensa 11 DEZ 2024

MPT defende vínculo trabalhista entre motoristas e Uber em audiência pública no STF

Inflação oficial perde força e fecha novembro em 0,39%
Imprensa 11 DEZ 2024

Inflação oficial perde força e fecha novembro em 0,39%

Sindbrinq realiza assembleias em empresas do setor de brinquedos
Força 11 DEZ 2024

Sindbrinq realiza assembleias em empresas do setor de brinquedos

Força intensifica diálogo com sindicalistas chineses
Força 11 DEZ 2024

Força intensifica diálogo com sindicalistas chineses

Veja fotos da delegação da Força em intercâmbio na China
Força 10 DEZ 2024

Veja fotos da delegação da Força em intercâmbio na China

Ministério do Trabalho terá plataforma para atendimento ao cidadão
Imprensa 10 DEZ 2024

Ministério do Trabalho terá plataforma para atendimento ao cidadão

Aguarde! Carregando mais artigos...