A luta dos Químicos da Força sempre foi vanguarda no movimento sindical e neste difícil ano de 2020 não poderia ser diferente. Mesmo enfrentando dificuldades com a crise sanitária e econômica, além de ataques por parte de setores conservadores e neoliberais, continuamos resistindo e reafirmamos nossas lutas por mais direitos e conquistas em benefício da classe trabalhadora.
No setor farmacêutico, data-base em 1º de abril, conseguimos avançar e manter por dois anos, importantes direitos já conquistados pela categoria, como jornada semanal de trabalho de 40 horas, licença maternidade de 180 dias, medicamentos gratuitos e/ou subsidiados, bem como reajustes no Piso, salários e cartão-alimentação. Conquistamos também um acordo inédito que regulamentou o teletrabalho e o home office da categoria, estabelecendo regras para garantir que os representados usufruam dos mesmos direitos que os trabalhadores nas instalações da empresa.
No setor de produção de etanol, seguimos firmes na luta pelo emprego e conseguimos manter todas as cláusulas em convenção coletiva de trabalho. A atuação do movimento sindical foi ainda fundamental para que os protocolos de segurança e prevenção contra a Covid-19 fossem realizados na atividade produtiva do setor.
Já no segundo semestre, com data-base em 1º de novembro, os trabalhadores do setor químico, plástico e petroquímico conquistaram importante reajuste salarial de 4,77%, numa campanha salarial vitoriosa, mantendo todos os direitos em convenção coletiva, PLR, hora extra, adicional noturno, auxílio-creche, entre outros.
No campo nacional, junto à nossa Central Força Sindical, lutamos pelo auxílio emergencial de R$ 600, lembrando que a proposta do governo era de um auxílio de R$ 200. Além disso, também conseguimos derrotar a MP 905, que instituía a carteira verde e amarela, que aprofundava a precarização das relações entre capital e trabalho e trazia muitas mazelas aos direitos dos trabalhadores.
Outra importante vitória foi a MP 936, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e Renda, sancionada em Lei, com o objetivo de reduzir o impacto social da calamidade pública declarada após a pandemia de Covid-19. A medida assegurou milhares de empregos através de acordos coletivos e participação de recursos do governo para amenizar a redução de jornada e salários.
Por outro lado, também encontramos a insensibilidade do governo federal em ampliar em duas parcelas o seguro-desemprego aos trabalhadores demitidos na pandemia. Alegando impossibilidade financeira, não apresentou outra proposta, prejudicando cerca 6 milhões de pessoas.
Destacamos também a luta do movimento sindical e da sociedade em geral quando passamos por um período bastante crítico em que a democracia foi ameaçada por movimentos declaradamente nazistas e fascistas. Reagimos de forma unitária, buscando garantir o equilíbrio e defender a liberdade e a coletividade.
Com esta força e determinação que vamos prosseguir em 2021, no objetivo de promover a inclusão social, fomentar a participação do povo nos processos políticos, defender direitos fundamentais e fortalecer as instituições democráticas. Em nossas bases sindicais, vamos seguir fortalecendo as mobilizações nas empresas, realizando continuamente negociações coletivas em prol da categoria, assim como buscando garantir e expandir direitos e conquistas. Somente com este comprometimento conseguiremos fortalecer a estrutura sindical e ampliar a luta da classe trabalhadora.
A crise econômica e a pandemia não desaparecerão de imediato com a virada do ano, por esta razão que devemos nos manter ainda mais unidos e solidários em 2021, sendo assim capazes de enfrentar os desafios da luta pela vida, pela saúde do trabalhador, pelo emprego, pela democracia, pela igualdade, pela justiça social e pelo desenvolvimento do Brasil.
Sergio Luiz Leite
Presidente de Fequimfar e
1º secretário da Força Sindical