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Plano Brasil Maior carece de ousadia
terça-feira, 9 de agosto de 2011
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O chamado Plano Brasil Maior lançado no dia 02/07/2011, pelo governo da presidente Dilma, em que pese haver boa intenção e urgência na ação, representa um conjunto de medidas tímidas e mesmo insuficientes naquilo a que se propõe, já que possui uma abrangência muito limitada. Além do que, não há garantia efetiva que surtirá o efeito desejado. Como disse o próprio governo, não passa de uma experiência com prazo para terminar em finais de 2012.
Antes de tudo, o plano em si não foi discutido suficientemente com as partes interessadas na questão. Não houve uma discussão mais aprofundada na qual os trabalhadores pudessem expressar concretamente suas opiniões. Ademais, as medidas apresentadas foram tímidas e no nosso ponto de vista faltou ousadia da equipe que elaborou o tal plano. Isto porque o essencial que são as altas taxas de juros e o câmbio sobrevalorizado, o governo não se dispôs sequer a discutir, muito menos a enfrentar.
No momento que há desaceleração da produção industrial, por conta de uma moeda sobrevalorizada e taxas de juros exorbitantes, alguma coisa deve ser feita para não permitir a desindustrialização que é visível junto ao setor produtivo. Portanto, nada mais que justo que haja uma urgente intervenção do governo no sentido de mudar o quadro atual. Ocorre que não bastam medidas pontuais. É preciso a adoção de uma política industrial que vise o fortalecimento dos setores considerados estratégicos e que possibilitem elevar significativamente os índices de nacionalização da produção, entre outros aspectos, de modo a fortalecer o nosso parque industrial e que possa gerar empregos e renda aos brasileiros.
Por outro lado, a Previdência Social não pode ser sacrificada por decisões que visam desonerar a folha de pagamento para alguns setores. Uma coisa é o governo Dilma, outra é o que poderá ocorrer mais adiante com relação à seguridade social que não pode assumir o prejuízo pelas medidas inseridas no Plano Brasil Maior. Nesses casos devemos pensar a longo prazo.
Com base nessas afirmações defendo que os trabalhadores devem influenciar o debate nacional quando o assunto é o desenvolvimento do país, porém tornando evidente que para fazer frente às atuais dificuldades não bastam paliativos. Construímos conjuntamente uma Agenda Unitária da Classe Trabalhadora para ser apresentada ao governo e à nação, por entendermos que ela contém uma série de propostas necessárias que apontam na direção de um Brasil democrático, com mudanças na economia, numa perspectiva verdadeiramente desenvolvimentista, e que visam fortalecer o mercado interno, distribuir renda, gerar empregos e fazer justiça.
Aparecido Inácio da Silva
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul